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Uma frase caracteriza a ação dos meliantes: “Isso é um assalto vagabundo”. Para os marginais vagabundo é o outro, na maioria das vezes uma pessoa honesta e trabalhadora.

Uma faca, um revólver ou outra arma torna-se o respaldo da honra do bandido em sua ação. Nela ele põe sua segurança; arroga-se de credor da vítima e deste rouba-lhe por primeiro a liberdade em seguida os bens.

Devido à onda crescente de violência vemos a sociedade se dividir entre as pessoas de bem e os bandidos. Contudo o objetivo deste artigo não é separar binariamente a sociedade nestas duas classes, mas ressaltar, que, também, as pessoas ditas, de bem, muitas vezes agem com certa honra de bandido.

Quando se atrela o valor da honra a algo exterior ao sujeito como a um cargo, uma função, uma informação e se isso é utilizado contra o outro, pouco a pouco a pessoa deixa de ser aquele cidadão de bem que imaginava  ser.À direção de um carro, por exemplo, uma pessoa pode sentir-se melhor em detrimento às demais, o que não é verdade.

A honra de bandido faz o indivíduo pensar que é melhor que o outro, absolutamente. Tal perigo assola todos os segmentos da sociedade, inclusive, o religioso. Alguém pode sentir-se mais próximo de Deus pelo cargo, chamado ou serviço prestado. Quando isso possui o coração da pessoa e ela enxerga o próximo como um menos favorecido pela graça comete um erro crasso.

Nossa honra tem seu valor naquilo que somos, e todos são dignos de terem-na respeitada. A honra não cresce ao lhe agregar elementos exteriores ao sujeito.

O mandamento primaz de Jesus ama teu próximo como a ti mesmo, encerra em seu imperativo o dever de honrar o próximo, bem como o direito de ter sua própria honra respeitada.Nesta perspectiva a honra adquire seu valor objetivo que está ligado à condição da filiação divina, portanto, bem diferente da perniciosa e ilusória honra de bandido.

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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