Meu Pé de Cajarana em 2007, 13 anos depois de tê-lo deixado

Meu Pé de Cajarana em 2007, 13 anos depois de tê-lo deixado

Quando eu tinha meus 10,11 anos tinha o costume de ir ao quintal de minha casa sentar-me num pé de cajarana que lá atravessava gerações. Com caderno e caneta à mão sempre estava a escrever.

Naquela árvore o mundo parava, era como um portal para outra realidade. Eu me perdia imaginando-me em diversas situações, uma delas como locutor de rádio. Não perdia tempo. Elaborei uma programação de rádio AM, outra de FM e até de um canal de Televisão.

Também iniciei a escrever uns três “livros”, um romance, um drama meio psicológico e um cheio de figuras fantásticas. Esse último foi o mais elaborado, fiz uma pesquisa, selecionei o nome de cada personagem e seu perfil.

Rabiscava alguns desenhos, mas não era o meu forte. As páginas amareladas daquele caderno não existem mais. Num ‘surto’, até hoje inexplicável, os queimei, todos de uma só vez.

Absurdo!

Quando retornei à minha cidade muitos anos depois de tê-la deixado visitei minha antiga árvore. As lágrimas incontidas marejaram os olhos. Ele estava ali, já não parecia tão alto, estava assolado pela seca, nenhum fruto sequer.

Hoje me lembrei de meu pé de Cajarana e recordei que muita coisa que até então era um sonho tornou-se realidade. Já trabalhei em Rádio, não me era estranho pensar em quadros para programas. Depois comecei a escrever artigos para Jornal, Revista, Portal, agora para o Blog.

Talvez seja preciso retornar ao pé de cajarana, pensar em novos projetos, arriscar, lançar-se, descobrir um caminho totalmente diferente e novo. Abandonar o medo que paralisa e atirar-se rumo ao horizonte que espraia novas possibilidades.

About the Author

Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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