Anteriormente publiquei um material sobre Teilhard de Chardin (vide no pôst relacionado), um pensador jesuita cujo pensamento torna-se conhecido no meio acadêmico, não só teológico, mas de outras especialidades como paleontologia, arqueologia e outros.

 Ainda nos primeiros anos de guerra Chardin escreve dois pequenos livros e os envia a Ètudes [1].A direção da revista na pessoa de    Leónce deu um parecer negativo à publicação. Este fato não representou uma surpresa para o autor, mas, indicou apenas um pouco do que viria a acontecer.

Depois disto iniciou-se uma oposição severa por parte das autoridades eclesiásticas, às quais estava e manteve-se submisso P. Teilhard até o término de sua vida. Um texto que escrevera sobre o pecado original foi julgado de ‘pouco ortodoxo’[2] o que motivou sua remoção da cátedra de biologia junto ao “Instututi catholique” onde por um biênio recebia uma boa audiência.

 Usufruindo ainda da liberdade que lhe restava não descartava os múltiplos convites para proferir conferências, por meio das quais disseminava em Paris o seu pensamento. Devido sua influência no campo intelectual suas autoridades resolveram transferi-lo de Paris à China (1923), a título de missão científica.

A perseguição por parte de suas autoridades perdurou por todo o seu tempo de vida. O motivo parecia residir não no fato dele disseminar erros explícitos, mas, por conta de suas idéias novas publicadas de modo entusiasta, serem prematuras e não-aptas para um público acostumado a conceitos antigos já empedernidos em suas consciências.

 Talvez fossem por demais audaciosas e insuficientemente provadas, ou pelo menos imperfeitamente conhecidas de um público não-especilaizado e, de uma ou outra forma, a elas alheio.[3].

Teilhard fez do mundo inteiro a sua pátria. Por conta disso se auto-intitulava de Peregrino do Absoluto. Em diversas excursões científicas percorreu quase todo o quadrante da Terra arrejimentando suas convicções e propalando suas idéias.

 


[1] Revista Cultural da Companhia de Jesus na França.

[2] ‘Conta-nos o abade Gaudefroy que, por intermédio do Mons. Baudrillart soube que o Cardeal Merry Del Val Pedira ao Superior Geral da Companhia de Jesus que chamasse Teilhard à Ordem, dada a sua ‘ atividade subversiva’( no seu dossiê em Roma, ele era acusado, e, 1924, de negar o dogma do Pecado Original). Em carta ao seu amigo Pe. Valensin, o próprio Teilhard relata a origem de tudo. O Pe. Reidenger pedira á Teilhard anotações sobre o assunto e ele lhe entregara, particularmente um texto de sete páginas datilografadas, prevenindo que se tratava de meras anotações, em primeira aproximação e, portanto, inviáveis, tais e quais […] o seu espanto ao saber que tais anotações pessoais haviam chegado a Roma […] A conseqüência imediata da questão foi à imposição do exílio na China e as primeiras medidas de limitação à expressão de seu pensamento’.In ARCHANJO, Ph.D, loc. Cit. P. 111

[3] MARTINAZZO, Euzébio,  P. 49

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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