Numas dessas tardes quentes de Fotaleza presenciei uma ação louvável, digna de imitação. Sentado ao longe observava um flanelinha que estava a exercer o ofício. Numa segunda olhada percebi que ele não tinha um das pernas.

Entre um carro e outro vi passar correndo um outro guardador de carros. Trazia seu material de trabalho enrolado ao pescoço, um pouco molhada. Aproximou-se do colega deficiente.

Algo distraio-me até novamente minha atenção voltar-se para a dupla. O flanilha mais moço  passa por mim  uma vez mais… desta  vez com o colega deficiente às  costas. Um gesto eloquente que me questionou.

O amor não é reserva das pessoas limpas, educadas e estáveis como preconceituosamente se pode pensar. Ele não tem fronteiras e aqueles que temos por mais simples nos dão verdadeiras lições.

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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