“Foi uma grande perda a morte de Dra. Zilda”, disse a este blog D. José Antonio, arcebispo de Fortaleza. “É exemplar sua dedicação. Mesmo sendo uma pessoa idosa demonstrava grande vitalidade, prova disso foi sua morte por um incidente da natureza enquanto estava em missão”, justificou o arcebispo.
D. José ressaltou o grande bem que Dra. Zilda fez em Fortaleza “Além do combate à mortalidade infantil na pastoral da criança e dedicação na pastoral da pessoa idosa, ajudou a transformar vidas”, disse. Fortaleza possui uma pastoral da criança consolidada, conforme informou ao blog, Francisca Ferreira, coordenadora arquidiocesana. “São 2804 voluntários servindo na pastoral, só em Fortaleza e 10385 no Ceará”, calculou.
“Ela era uma verdadeira líder. Recebeu a inspiração de Deus e organizou a obra de tal modo que continuará”, disse D. José Antonio. “Sua presença era sempre uma injeção de ânimo”, testemunhou a coordenadora da pastoral em Fortaleza se referindo à última visita da médica sanitarista à capital cearense.
Esta visita se deu em 24 de março do ano passado quando a Assembléia Legislativa concedeu a ela o título de cidadã cearense . “Sempre que ela recebia esses títulos dedicava aos líderes do movimento”, relembrou Francisca, emocionada.
A coordenadora ainda disse que está reunindo as lideranças e integrantes da pastoral para celebrarem a eucaristia, amanhã, em sufrágio da alma de Dra. Zilda. Será na missa das 17h que acontece no Seminário da Prainha, Av. Dom Manuel, 70.
Mais sobre Zilda Arns (do site da Assembléia Legislativa do Ceará)
Médica pediatra e sanitarista, fundadora e coordenadora nacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Nasceu no dia 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha, Estado de Santa Catarina, Sul do Brasil. Filha de Gabriel Arns e Helena Steiner Arns. Irmã de Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo emérito de São Paulo. Viúva (1978), é mãe de cinco filhos: Rubens (Médico Veterinário), Nelson (Médico), Heloísa (Psicóloga), Rogério (Administrador de Empresas) e Silvia (Administradora de Empresas).
Para chegar até a indicação ao Prêmio Nobel, Zilda Arns percorreu um longo e dedicado caminho. Sua formação começa em Forquilhinha, SC e em 1959 termina o curso de Medicina, em Curitiba. Parte então, para suas especializações, que envolvem desde a Educação Física, a cursos de Pediatria Social, encaminhando-se então a outros cursos de aperfeiçoamento.
Começa sua vida profissional como Médica Pediatra do Hospital de Crianças Cezar Pernetta – Curitiba/PR – 1955 a 1964 e em 1983 é a Fundadora e Coordenadora Nacional da Pastoral da Criança da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, até a presente data.
Suas participações em eventos internacionais são diversas, da Angola a Indonésia, Estados Unidos e Europa, Zilda Arns representa a Pastoral, palestra, acompanha Comitivas Brasileiras a outros países e leva a Pastoral da Criança para o mundo.
Participa ainda de outros tantos eventos Latino Americanos, principalmente apresentando e divulgando o trabalho da Pastoral da Criança. Sua participação em eventos nacionais é praticamente incontável, desde 1994 são aproximadamente 27 eventos ligados à Pastoral da Criança e ainda inúmeros outros pela Pediatria. Tanta dedicação tem seu reconhecimento. Desde 1978, são diversas menções especiais e títulos de cidadã honorária. E da mesma forma, a Pastoral da Criança já recebeu diversos prêmios pelo trabalho que vem sendo feito desde a sua fundação.
Zilda Arns deixa um grande legado!
Militante do trabalho voluntário, Noemia Rocha lamenta profundamente a perda de Zilda Arns, mulher que para a vereadora é um exemplo de solidariedade e referência no trabalho voluntário no Brasil. Muitos ressaltam o trabalho social da médica, fundadora da Pastoral da Criança e Pastoral da Pessoa Idosa, mas esquecem de destacar seu maior legado o “voluntariado”, “estender as mãos para quem precisa sem buscar nada em troca” acrescenta a vereadora.
Zilda deixou ainda um legado a 240 mil voluntários, que foram capacitados para prestar serviços a gestantes e crianças pobres. A médica salvou muitas vidas, e através do trabalho voluntário possibilitou o resgate da dignidade de muitos cidadãos, mostrando que é possível fazer um mundo melhor através do trabalho voluntario.
É importante salientar que prestadores de serviços voluntários poderão ter direito a meia entrada em espetáculos artísticos e culturais em Curitiba. A medida é prevista em projeto de lei que está em trâmite na Câmara, de autoria da vereadora Noemia Rocha (PMDB).
O projeto visa, por um lado, contribuir com o desenvolvimento social da cidade, estimulando o acesso à cultura e, por outro, incentivar o aumento de participação dos cidadãos curitibanos na realização de serviços voluntários junto às entidades que necessitem de colaboração”, justifica Noemia.
O prestador do serviço deverá ser cadastrado junto à Fundação de Ação Social (FAS) e receberá um documento específico. De acordo com a proposta, esta identificação teria um prazo de seis meses de validade, podendo ser renovada. Para a entrada nos eventos, o voluntário deverá levar este documento, juntamente com uma identificação civil.
“O Haiti é aqui.”
Não, o Haiti é lá onde ele sempre esteve esquecido.
O Haiti é a prova irrefutável de que Deus não existe. Se ainda aquele povo insiste em glorificá-lo, é porque foi condicionado — todos somos produtos do meio, cães famintos sob vigas que não se sustentam. Foram soterrados pela esperança. Alguém em suas crendices lacrimosas há de dizer, as mãos levantadas aos céus, que, pelo menos, a cruz do Senhor Morto ficou de pé. Ficou de pé porque era feita de boa madeira, ora! Não preguemos, a partir de amanhã, o milagre da cruz. Não há milagre que não seja sustentado pela própria morte para confortar os moribundos. Talvez apenas um milagre seja recomendado ali: o da união dos outros povos para reconstruir aquele povo e soerguer sua pátria carcomida pela fome.
Naquele instante trêmulo, onde estava Deus onipresente que não respondeu aos gritos de socorro? Onde estava Deus onipotente que não freou as lágrimas…? Ah, sim, “Ele escreve certo por linhas tortas”, ou seja: Ele mata por vias indiretas.
Por mais que também soframos com o olhar soterrado da criança, jamais, em tempo algum, sentiremos em toda extensão a dor da mãe. E desta vez, nem se pode creditar à mãe África a desgraça de existir… A tragédia está à porta para uma reflexão momentânea. Daqui a pouco, as notícias vão escasseando e não choraremos mais os mortos-vivos, nem os mortos velhos.
Se Deus existisse, decerto nos ensinaria tão somente uma lição. Uma que não cobrisse de escombros a vida suave de dona Zilda, nem deixasse órfãos dois milhões de crianças. Se alguém por aí adiante ainda teima que Deus existe, Ele está justamente nessa força medonha da natureza, não no homem que a destrói, não na imagem da catedral que foi ao chão.
Assim concluo: Deus é a tragédia do universo à imagem e semelhança do homem que o inventou. Basta olharmos para o Haiti.
Adorei esse site. Tem muito conteúdo bom aqui. Abraço e sucesso
Posso dizer com toda a certeza que esse site é top. Parabéns pelo conteudo. Sucesso