Uma vez por mês Pe. Reginaldo Manzotti escreve um artigo especial para o nosso blog. O sacerdote com seu carisma próprio de comunicação atinge milhares de pessoas todos os dias através de programas de rádio, televisão e  internet. Nesse mês o padre aborda uma questão muito importante, os conflitos entre casais e responde a uma difícil pergunta, é possivel perdoar uma traição? Confira o artigo.

“Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne? Assim já não são mais dois, mas uma só carne. Portanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem” (Mateus 19, 5-6).

 O casamento é uma ligação permanente de dedicação entre o homem e a mulher, mas existem muitos fatores que complicam um relacionamento entre os casais. Abordei alguns desses pontos no programa Fé em Debate.

Como padre, eu percebo que quando as pessoas casam é só amor, uma lua de mel, mas muito cedo chega a lua de fel. Eu sou eminentemente contra a frase que os opostos se atraem, porque se uma pessoa é muito oposta à outra, nunca vai ter pontos em comum com ela. Ter os mesmos objetivos, o mesmo foco, ajuda a manter o matrimônio. É preciso que o casal goste das mesmas coisas, goste de passear nos mesmos lugares, não podem divergir em tudo.

Perguntei para a doutora Ana Lucia, psicóloga presente neste programa, qual o principal problema dos casamentos. Ela nos revelou: “Os principais conflitos entre marido e mulher são a perca do direto à individualidade e a falta de comunicação. A pessoa casou, mas continua sendo um indivíduo único, com seus próprios anseios, que tem um jeito de ser só seu, mas o parceiro não enxerga isso. Normalmente também falta diálogo para resolver essas questões.”

 É possível perdoar uma traição?

É preciso entender que quando se fala em traição, cada caso é um caso. Muitas vezes a ajuda de um terapeuta de casais ajuda a identificar qual a gravidade do problema. A traição pode ser perdoada, desde que não seja recorrente. A pessoa que é infiel quando namora, quando noiva e quando casa tem a compulsão do adultério. Provavelmente este conjugue vai continuar traindo. Neste caso é possível a nulidade do casamento, porque o traidor mentiu no altar do Senhor quando prometeu fidelidade.

Já a aventura, ou uma única traição, é preciso ser julgada sob outra ótica. A pessoa traída deve enxergar de forma diferente. Muitas vezes o orgulho ferido e a mágoa de ter sido enganado impedem o julgamento justo. Claro que para quem foi traído a dor é sempre a mesma, mas uma aventura costuma ter motivos mais profundos, que podem ser curados com esforço das duas partes.

Mesmo sendo voltado para os esposos, hoje mais do que nunca, essas palavras servem para homens e mulheres: “Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações” (I Pedro 3,7).

Pe. Reginaldo Manzotti

About the Author

Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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