Neste dia ‘a Igreja fica parada junto ao sepulcro do Senhor, meditando a sua paixão e morte, abstendo-se de celebrar o sacrifício da missa (a mesa fica sem toalha e ornamentos) até a solene Vigília ou expectativa noturno da ressurreição’( IGMR).  A Igreja define este dia como um dia “alitúrgico”, pois não existe nele celebração eucarística.

Cristo verdadeiramente morreu na cruz por amor à humanidade, nesta morte, Ele solidariza-se com todos os homens mortos, tornando-lhes acessível a salvação. “O estar do redentor com os mortos, ou melhor, com aquela morte que somente faz com que os mortos sejam realmente tais, é a última conseqüência da missão redentora  recebida do Pai. É, portanto, um estar na obediência extrema; e, como, trata-se da obediência  de Cristo morto, é a única obediência da cadáver’ teologicamente existente.” [1]

A descida a mansão dos mortos não está separada da ressurreição, mas acentua a realidade da passagem da morte para a vida, que Cristo vem trazer. Cristo é o Senhor da vida e da morte e tem nas mãos o poder sobre todo o criado. Ele mesmo experimentou a morte na sua carne e a superou em vista de todos os homens. Por isso, podemos colocar toda a nossa esperança nesta vitória de Jesus que vence não somente a sua morte pessoal, mas a morte de toda a humanidade que o pecado provocou. Nisto podemos definir o Sábado Santo como o grande dia da esperança cristã.  

 Na vivência do mistério deste dia podemos contemplar um dia de silêncio, meditação, esperança, fé, numa postura semelhante às mulheres piedosas que estavam à frente do sepulcro. “O Sábado Santo torna-se para os fiéis, uma forte chamada para retirar-se ao deserto, a fim de permanecer só diante de Deus em oração silenciosa, de pura escuta.”[2] 

 


[1]   H. U. von Balthasar

[2] Augusto Bergamine, Cristo Festa da Igreja, p. 348.

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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