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“Coloquei o filtro da arte naquela
Cena comum e a luz que até então
Estava escondida veio surpreender-me
Com seu poder de claridade
A mulher simples, mãos calejadas
De lida rotineira, mulher que aprendeu
A curar as dores do mundo a partir dos
Meus joelhos esfolados de
Quedas e estripulias

Aquela mulher, minha mãe,
Rosto iluminado por uma labareda
Que tinha origem no fogão de lenha
Trazia consigo o dom de
Me devolver a calma que a vida
Tantas vezes insistiu em me roubar
Aquela cena, mulher, fogão de lenha,
Panela preta, escondendo a brancura de
Um arroz feito na hora é uma das
Cenas mais preciosas que meu coração
Não soube esquecer

Saudade de mãe é coisa sem jeito
Chega quando menos imaginamos:
Um cheiro, uma melodia, uma palavra,
Uma imagem e eis que o cordão do
Tempo nos convida ao retorno a infância,
Como se um fio nos costurasse de novo ao
Colo da mulher que primeiro nos segurou na
Vida e agora pudesse nos regenerar

Saudade de mãe é ponte que nos favorece
Um retorno a nós mesmos
Travessia que nos recorda uma identidade muitas vezes
Esquecida, perdida na pressa que nos leva

Saudade de mão é devolução, é ato que
Restitui o que se parte, é luz que sinaliza o local do porto,
É voz no ouvido a nos acalmar nas madrugadas de desespero e
Solidão através de uma frase simples:
Dorme meu filho, dorme

Hoje, nesse dia em que a vida me fez
Criança de novo; nesse instante em que esta cena feliz tomou conta de mim,
Uma única palavra eu quero dizer
Oh, minha mãe, que saudade eu sinto de você!”

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About the Author

Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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