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“Coloquei o filtro da arte naquela
Cena comum e a luz que até então
Estava escondida veio surpreender-me
Com seu poder de claridade
A mulher simples, mãos calejadas
De lida rotineira, mulher que aprendeu
A curar as dores do mundo a partir dos
Meus joelhos esfolados de
Quedas e estripulias
Aquela mulher, minha mãe,
Rosto iluminado por uma labareda
Que tinha origem no fogão de lenha
Trazia consigo o dom de
Me devolver a calma que a vida
Tantas vezes insistiu em me roubar
Aquela cena, mulher, fogão de lenha,
Panela preta, escondendo a brancura de
Um arroz feito na hora é uma das
Cenas mais preciosas que meu coração
Não soube esquecer
Saudade de mãe é coisa sem jeito
Chega quando menos imaginamos:
Um cheiro, uma melodia, uma palavra,
Uma imagem e eis que o cordão do
Tempo nos convida ao retorno a infância,
Como se um fio nos costurasse de novo ao
Colo da mulher que primeiro nos segurou na
Vida e agora pudesse nos regenerar
Saudade de mãe é ponte que nos favorece
Um retorno a nós mesmos
Travessia que nos recorda uma identidade muitas vezes
Esquecida, perdida na pressa que nos leva
Saudade de mão é devolução, é ato que
Restitui o que se parte, é luz que sinaliza o local do porto,
É voz no ouvido a nos acalmar nas madrugadas de desespero e
Solidão através de uma frase simples:
Dorme meu filho, dorme
Hoje, nesse dia em que a vida me fez
Criança de novo; nesse instante em que esta cena feliz tomou conta de mim,
Uma única palavra eu quero dizer
Oh, minha mãe, que saudade eu sinto de você!”
PADRE FÁBIO DE MELO ESCREVE TEXTOS MAGNÍFICOS. SÓ SEI DIZER AO NOBRE PADRE FÁBIO DE MELO QUE SINTO SAUDADES DA MINHA MÃE QUERIDA CLEYDE FRANCA DE FREITAS, A QUAL PARTIU PARA O PLANO DE DEUS…