Ontem, em vários programas ao longo do dia pude acompanhar entrevistas com o senhor Francisco das Chagas, pai do garoto Bruce Cristian que fora assassinado no domingo, dia 25, por um policial militar, numa abordagem que ficou conhecida nacionalmente como desastrosa.
O semblante de pesar do Pai, a voz entrecortada ao lembrar do filho, os gestos vagarosos são de cortar o coração de quem assiste. Contudo, Francisco transparece lucidez, arranja forças de onde não se parece ter mais e consegue, mesmo em meio a dor, deixar uma mensagem clara a respeito do caso.
Pelas matérias apresentadas percebe-se que Bruce pertencia a uma família estruturada, honesta e lutadora. No dia em que foi o de seu fim, o jovem iria a uma escola de futebol para começar a busca por seu sonho de ser um jogador de Futebol. O pai disse em entrevista no jornal O Povo, deste domingo, que o filho poderia vir a ser um bom jogador pois ele tinha visão de jogo, característica imprescindível para um atleta do futebol.
Ainda nesta entrevista chamou-me a atenção as palavras do pai quando disse que esta visão do todo faltou ao policial que pôs fim à vida de Bruce. De fato, maturidade requer visão geral, não apenas no que se vive no instante. A visão do todo de Bruce deve ter sido herdado do pai que demonstra sábia condução, mesmo ainda emergido na dor da perda de seu filho.