A civilização tomou o rumo contrário da opinião dos cientificistas sobre a existência de Deus. Ensinaram os positivistas de quem herdamos o lema de nossa bandeira, ordem e progresso, que o homem havia superado a era do mito e inaugurava a época da ciência. Ledo engano.

Temos uma civilização cada vez mais ligada ao transcendente e agora o risco não está em relegar o divino ao ermo, mas em relativizar a espiritualidade ou em voltar a um princípio animístico do mundo que associado ao panteísmo forma o cenário da New Age.

A experiência católica de oração podemos dizer que é a mais equilibrada entre as demais e a que pode promover melhor a integralidade da pessoa. A base do diálogo entre  o homem e Deus à luz da fé católica baseia-se no incomensurável movimento de amor da Trindade que presenteou ao mundo com a encarnação do verbo.

E por favor não venham perguntar ao autor deste artigo se ele acredita que Deus possa ter , de fato, se encarnado, ou ainda rotulá-lo de medievalista, fanático ou outras asneiras despropositadas, pois ele responderia aos impropérios como no parágrafo abaixo.

Muitas criticam e não aceitam o milagre da encarnação, mas gastam suas vistas na leitura de horóscopos, baseando-se suas vidas em astros inanimados, ou em sequências de números acreditando que estes portem sorte. Há ainda os mais refinados ou intelectualizados -pensam –  que imprimem em sua sede pelo infinito a crença  na existência de vidas passadas, teoria que se fosse levada a cabo causaria uma grande desestrutura moral e civil.

Entretanto,  voltemos à  oração  como expressão do encontro com Deus na Fé Católica. Nesta doutrina oração não é mentalização, encontro egoísta, ou conjunto de técnicas proporcionadoras de gratificações psicológicas. Ainda não é o espaço para barganha de favores com o criador. Oração é encontro, na definição de Teresa de Ávila, mística da Igreja, é trato de amizade.

Através da oração, o homem torna-se amigo de Deus e compartilha dele os seus segredos, recebe seus ensinamentos e testemunha ao mundo a força do amor, o poder da caridade, a cura pelo perdão, a restauração da integridade pessoal pelo silêncio fecundo e pelas obras unidas ao sacrifício daquele que se encarnou por amor, e mais, entregou-se à morte e Ressuscitou para nos trazer a experiência da verdadeira vida.

Uma das premissas para a oração ser, de fato, união com Deus e consequentemente, com o próximo é a constância. Rezar quando se quer e quando não se quer deve ser um norte para quem deseja se aventurar nesta jornada que implica adequar a vida à vontade de Deus  a quem sabemos, por experiência, que é Amor.

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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