Eu estava pensando com os meus botões (do teclado) o porquê de um evento como a Jornada Mundial da Juventude não ter, da grande mídia, a cobertura adequada à sua grandeza, já que ela preenche todos os requisitos de noticiabilidade. O encontro mundial vai  muito além de uma reunião religiosa. Promove a cultura, fomenta o turismo, movimenta a economia e ainda se torna por dois ou três anos, no mínimo, a embaixadora internacional da cidade que a receberá.

Papa Bento XVI

Recordo-me que em Madrid uma multidão acorreu ao papa e estiveram nos atos centrais da JMJ e da pré-jornada. Para se ter uma ideia, no aeródromo de Cuatro Vientos, correspondente a 48 estádios de futebol, cerca de dois milhões de jovens oriundos de 189 países passaram a noite em oração e confraternização, alternando com celebrações com o papa Bento XVI.

E quais as notícias que chegavam ao Brasil? Que milhares de manifestantes protestaram contra a vinda do papa àquele país. Quanta desonestidade na informação. Nem milhares eram. Eram centenas.  Todas as vezes que ligava para minha família, eles preocupados, perguntavam-se como estavam os “confrontos” pois eram o que tinham visto nos jornais “x” e “y”. Realmente não dá para entender como querer negar um espetáculo daqueles.

Mas ao final de tudo, os poderosos deste mundo se rendem à beleza da fé. Os principais jornais espanhóis durante a Jornada não puderam esconder o fato. E se dobraram. Chegaram a dizer – o que para mim e milhares de jovens já era óbvio- nenhum desportista, político ou artista possuem o poder convocatório similar ao do papa. Não, mesmo.

Interessante é imaginar o que acontece na cabeça dos ferozes críticos do papa e da Igreja que apregoam sua extinção, falência e decadência. Que apresentam uma juventude que só pensa em sexo e drogas. Aqueles 2 milhões de jovens presentes em Madrid, que se deslocaram com muito custo para a JMJ, são pessoas que amam o papa, que são membros ativos da Igreja. É de dá um nó no juízo – no bom cearencês – destes senhores e senhoras que rotulam esta instituição bimilenar de retrógrada e caquética.

Talvez no Brasil, somente quando chegar a JMJ, a grande mídia se deparará com o porte real do evento e aí  correrão  atrás do leite derramado. É claro que alguns não perderão tempo em criticar o papa e a Igreja Católica.

Contudo, a revista Veja publicou algo interessante e aqui replico:

“Fora dos círculos da Igreja, pouca gente se deu conta de que, dentro de um ano e meio, o Rio de Janeiro terá o que promete ser o maior evento de sua história, entre 23 e 28 de julho de 2013.Nada se compara à jornada criada por João Paulo II, o Papa dos jovens, em 1986. Para a Rio+20, que acontece em junho deste ano, são esperadas 50 mil pessoas. O Rock in Rio de 2011 recebeu, na Cidade do Rock, cerca de 700 mil pessoas por dia – com alto índice de pagantes que foram a mais de uma noite de show. A Copa do Mundo de 2014 deve levar ao Rio 412 mil estrangeiros, e 840 mil brasileiros, segundo estimativa do Ministério do Turismo. O carnaval deste ano deve atrair 850 mil turistas – 250 mil deles vindos de outros países”.

Retomando o pensamento do início deste pôst podemos concluir que esta multidão que acorre ao papa e à Igreja não aderem à Jornada por conta de propaganda ou apoio de grandes mídias. São jovens que despontam de uma  nova geração que fazem a experiência da verdadeira liberdade, que descobriram o segredo da felicidade. E mais uma vez, os fortes e sábios deste mundo são confundidos. Alguns, como cães ficarão a ladrar vendo a caravana passar. E ficarão por muito tempo, pois, diga-se de passagem, a caravana é numerosíssima.

About the Author

Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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