A figura da mãe é importantíssima em um lar, mas não só. Por melhor que seja, uma mãe não substitui em 100% o papel paterno.

Homer Simpson bêbado

A sociedade secularizada de algum modo preteriu essa presença. Quem não lembra da generalizada moda da produção independente de filhos? Vez ou outra ela  está de volta, principalmente quando algumas celebridades engravidam no simples desejo de realizar um sonho: ser mãe sem se importar com  quem seja o pai. O homem passa a ser apenas o reprodutor, numa completa descaracterização de seu papel e responsabilidade em um lar.

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As  consequências de um filho criado sem a presença de um pai é perceptível e também, como a ausência materna, pode desembocar em comportamentos  e situações de dano psicológico. Basta observar para concordar com a assertiva.

De patriarcal, a sociedade passa a se caracterizar como filiarcal em um processo muito rápido. O pai não é mais tido como o centro da família, o pêndulo que equilibra as relações. Chega-se a configurá-lo apenas como provedor ou, como já acenamos, uma peça dispensável.

Os desenhos animados já retratam um pouco desta triste realidade. Homer Simpson é um exemplo clássico. Um bebarrão abestalhado que parece ter menos cérebro que a filha  Maggie de 1 ano. Aquele desenho psicológico de Homer é a  caricatura da obra de arte, que é o pai, que se quer fazer hoje da figura paterna.

A raiz do problema, se aprofundarmos a discussão  está na dimensão religiosa. A luta na verdade é contra Deus, contra os traços da cultura judaica cristã que tem o pai, como reflexo do Criador, o Pai do céu. Pretende-se resgatar a dimensão matriarcal  que conduziu todo uma civilização conhecida como paganismo grego.

Mesmo nos ambientes religiosos é alarmante a dificuldade das pessoas em se relacionar com Deus como Pai. Facilmente compreendem a pessoa  de Jesus, a ação do Espírito  Santo. Mas quando se chega na dimensão de Deus-Pai, um torpor toma as consciências.

A retirada da figura paterna como figura central em uma família reproduz muito destes conflitos que resistem em acolher  o amor de Deus como Pai, amoroso e bondoso; generoso e presente.

O antídoto está em vivenciar  o ensinamento de Cristo e sua missão que consiste em fazer conhecer Aquele que o enviou, o Pai do céu. Aquele cujo Espírito nos deseja fazer clamar “Abbá!” como escreveu o Apóstolo.

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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