O deputado federal Jean Wyllys (Psol) chamou o papa Bento XVI  de hipócrita em um tweet direcionado ao Chefe de Estado e líder máximo da Igreja Católica.

A mensagem do parlamentar foi considerada desnecessária por muitos internautas. “Foi uma agressão gratuita”, disse ao blog o carioca Cleiton Ramos.

Fac-Símile do Tweet do deputado federal Jean Wyllys

“Eu pergunto diante disso: quem são os intolerantes aqui? os religiosos ou os ativistas gays? Acho que o deputado é a resposta para essa pergunta”, foi o questionamento feito pelo jornalista Kaio Leonardo, do Espírito Santo.

Já o Baiano João Batista  relembra outra colocação infeliz do deputado em que chama os evangélicos de “fundamentalistas, e analfabetos funcionais “.

Para os católicos que se  sentiram ofendidos pelo pronunciamento do deputado federal uma possibilidade é ligar para o gabinete do parlamentar e, com muito respeito e tranquilidade, registrar a ofensa à sua chefia de gabinete. O número é: (61) 3215-5646 .

Uma carta aberta ao deputado Jean Wyllys circula na internet  creditada a Renata Gusson. Os internautas tem mudado apenas o primeiro parágrafo e utilizado o restante do texto de Renata: dep.jeanwyllys@camara.leg.br

Carta aberta ao deputado Jean Wyllys
(em negrito está  a parte que pode ser alterada )
V. Exa. deputado Jean Wyllys,

Deputado federal desrespeita Chefe de Estado e católicos escrevem e ligam em protesto ao parlamentar

Chamo-me Renata e resido em São Paulo. Sou cidadã brasileira, casada, mãe de família e profissional.O intuito dessa mensagem é dirigir-me a V. Exa. no sentido de expor-lhe, data venia, minha indignação e repúdio a diversas mensagens que V. Exa. postou em seu twitter, como resposta à primeira mensagem oficial do Santo Padre enviada por este meio de comunicação.

O senhor, em uma clara mensagem que incita o ódio e a humilhação ao Papa, afirma diversas acusações contra a Igreja Católica. Duas coisas me chamaram a atenção: primeiro, o senhor, como uma pessoa pública e representante do povo brasileiro que o elegeu (este povo, que em último censo realizado pelo IBGE mostrou-se majoritariamente religioso), teve uma postura desrespeitosa e impertinente.

Gostaria de lembrá-lo que o Papa é um chefe de Estado. Aos chefes de Estado deve-se o respeito e a consideração,por mais que discordemos de suas posturas éticas, filosóficas ou religiosas. O senhor, neste ponto,considerou-se acima do respeito devido a um chefe de Estado.

Em segundo lugar, eu quero pedir-lhe que me envie as fontes “primárias” que comprovem TODAS as acusações que o senhor levantou contra a Igreja Católica. Quero lembrá-lo que, para tanto, será necessário ir às fontes, não aos impropérios que qualquer professor de cursinho repete, sem nem mesmo saber o que faz, nas aulas de História, completamente ideologizadas pela visão marxista antireligiosa.

O senhor em seus comentários deveria, por força de justiça, junto com suas acusações à Igreja, dizer quais foram os bens legados e ainda hoje mantidos pela MAIOR INSTITUIÇÃO DE CARIDADE EXISTENTE NA FACE DA TERRA. Se não o fez, prova que a intenção não era a de simplesmente discordar da visão do Santo Padre e da Igreja Católica, mas a de incitar o ódio contra eles. O senhor deveria, por exemplo,citar que a Igreja Católica criou os conceitos de :

– Universidade,

– Hospital (com seu ápice em São Camilo de Lelis, o qual foi o fundador dos padres e freiras que se dedicam aos cuidados dos doentes e que deu origem à “Cruz Vermelha”)

– Atendimento “humanizado”, baseado na antropologia cristã de que somos todos imagens e semelhança de Deus. Aqui, vale lembrar que na India, por exemplo, o sistema de castas afirma que existem os “intocáveis”, que não devem nem ser tocados pelas pessoas de castas superiores – vide o trabalho de Madre Teresa de Calcutá)

– Avanço nos estudos astronômicos (uma pequena pesquisa pode fazê-lo ver que grande parte das estrelas e demais corpos celestes mais importantes receberam nomes de padres jesuítas, exímios astrônomos)

– Genética (o monge beneditino Gregor Mendel é considerado o pai da Genética por ter sido o primeiro a perceber que os fatores hereditários transmitiam-se de acordo com uma proporção matemática evidenciável)

– Cuidado de doentes incuráveis (os leprosários onde ninguém queria entrar eram cuidados por padres e freiras cujos nomes permanecem no mais total anonimato, mas que foram heróis da caridade, muitas vezes vindo a morrer pelas doenças transmitidas pelos doentes dos quais cuidavam desinteressadamente)

– Caridade: apesar de a máxima “fazer aos outro o que quer que ele lhe faça” ser universal, não podemos negar que ela encontrou um eco forte e vigoroso entre os cristãos, especialmente os católicos (vide São Francisco de Assis, Madre Teresa de Calcutá, São Vicente de Paulo e tantos e tantos católicos que não vão nunca aparecer na mídia, mas que são os verdadeiros herois da humanidade)

– Ecologia – o respeito pela criação, que vibra tão pujantemente das palavras e ações do “pobre de Assis”.

Como podemos evidenciar, deputado, sua mensagem deixou muita coisa por dizer. Evidenciou uma verdade distorcida, caluniadora e de fracos argumentos. Entendemos que, com isso, o senhor não teve uma verdadeira intenção de contrapor-se às ideias do Papa, mas em desrespeitá-lo e levar outros a fazer o mesmo.

Concluo esta mensagem pedindo-lhe que venha a público desculpar-se pelo viés causado por suas mensagens e também pedir-lhe que, em um próxima vez, lembre-se que com a fé das pessoas não se brinca; se respeita, por mais que dela discordemos.

Atenciosamente,

Renata Gusson

About the Author

Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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