É natural que um programa de TV, filme ou peça de teatro não agrade a todos os públicos. Com a morte de Roberto Bolanos, criador de personagens memoráveis como o Chaves despertou a memória afetiva do brasileiro que tem pelo personagem grande simpatia a mais de 30 anos.

Jornalista Sylvia Colombo

Jornalista Sylvia Colombo

Entretanto, classificar o seriado de “preconceituoso”, “machista” e “homofóbico” parece refletir a histeria de um tempo cada vez mais chato sob a égide do politicamente correto. Quem se deu ao trabalho de escrever sobre isso foi  Sylvia Colombo, jornalista especial da Folha de São Paulo, que parece bem mau humorada na reflexão.

“Os roteiros eram estúpidos, os textos, fraquíssimos, as piadas, preconceituosas e machistas _basta ver como são retratadas as mulheres no programa. Temos a menina histérica de vestido curto, a mulher mandona cheia de bobs no cabelo, ou uma mais velha, que sem rodeios é chamada de “bruxa”. Sem contar o modelo masculino (seu Madruga), um sujeito folgadão, desbocado e autoritário, a homofobia implícita de seu discurso e suas atitudes”, escreve Colombo.

Em oposição a Chaves a articulista apresenta Cantinflas, que  “deu vida aos camponeses e o povo humilde do México”. Para Sylvia Chaves é apenas uma representação romântica da pobreza na América Latina. “Ou seja, o programa reforça todos os chavões que ajudam a perpetuar uma sociedade desigual, onde é chique veranear em balneários como Acapulco e perfeitamente natural que exista uma distinção óbvia entre ‘gente de bem’ e ‘gentalha'”.

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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