O jornalista Thiago Tibúrcio, de Brasília, elencou quatro motivos pelos quais, na sua opinião, os brasileiros devem posicionar-se de modo  contrário à Reforma Política encabeçada pela Coalizão.

Jornalista Thiago Tibúrcio explicita inconsistências da Reforma Política defendida pela Coalizão.

Jornalista Thiago Tibúrcio explicita inconsistências da Reforma Política defendida pela Coalizão.

Thiago,  além de jornalista é atuante no trabalho junto aos pobres através de obras ligadas à Sociedade São Vicente de Paulo. Ele se disse “na obrigação e no direito enquanto cidadão de expor pelo menos quatro razões pelas quais [é] contra o projeto de Reforma Política proposto pela Coalizão, e que vinha sendo apoiado por parte da CNBB“.

Eis os motivos expostos pelo jornalista:

1 – O projeto da Coalizão fortalece o papel dos partidos políticos, com votação nas legendas em 1º turno, mas não altera regras do funcionamento interno dos partidos. Abre espaço para ainda mais caciquismo, principalmente na formação da lista de candidatos para o 2º turno da votação.

2 – O projeto também inclui questões de gênero no processo, o que vai contra o princípio da competência. Na minha opinião, não é o simples fato de o candidato ser homem ou mulher que vai gerar uma política melhor ou pior.

3 – O projeto também não acaba com as coligações nas eleições proporcionais. Ou seja, a farra da venda de tempo de Rádio e de TV continuará.

4 – O projeto mantém o coeficiente eleitoral e impede candidaturas avulsas, o que atenta contra a livre iniciativa, o pluralismo político e a representatividade.

“Voto facultativo, distrital, com fim de reeleição para o mesmo cargo, e com financiamento exclusivo de pessoas físicas. Nada de fundo partidário”, são as ideias de Reforma Política defendidas por Tibúrcio que também destaca a necessidade de uma ” reforma no Judiciário para evitar seu aparelhamento”.

O jornalista recorda que “é intenção da Coalizão pela Reforma Política recolher ainda mais assinaturas de apoio ao Projeto de Iniciativa Popular, contando inclusive com a ajuda dos católicos, em fichas que pretendem distribuir nas Paróquias.Eu não assinarei o documento e pedirei aos meus amigos que também não assinem“, adverte.

Reforma Política não é consenso na CNBB garante Arcebispo Primaz do Brasil 

O arcebispo de Salvador da Bahia, Primaz do Brasil eleito o novo Vice-Presidente da CNBB,  dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, em entrevista exclusivo à Agência de Notícias Zenit, foi taxativo ao afirmar que a Reforma Política como está sendo propalada não encontra consenso entre os bispos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB.

Dom Murilo Krieger, Vice-Presidente da CNBB.

Dom Murilo Krieger, Vice-Presidente da CNBB.

“Preferiria uma proposta nossa e, quem concordasse com elas, participasse de nossa campanha”, disse o Primaz ao discordar da CNBB participar de um “processo que engloba dezenas de grupos da sociedade civil”. O resultado é  que “algumas das propostas não correspondem ao que nós bispos defendemos ou, ao menos, o que muitos bispos pensam; nem algumas propostas que julgamos importantes estão ali”. Outro fato é que a maioria das assinaturas conquistadas para este pleito é coletada  por mediação da Igreja o que reforça a tese do Arcebispo que se deveria haver uma proposta de Reforma Política autoral da CNBB.

“A CNBB é uma instituição séria mas pode acontecer de seus membros errarem?”, pergunta a Agência. Onde há seres humanos há a possibilidade de erros. Minha longa experiência na CNBB tem me mostrado que se pode falar da presença do Espírito Santo naquelas iniciativas que foram rezadas, refletidas e debatidas por todos os bispos. Assim, num documento aprovado, não prevalece a ideia de um ou de outro; nossos documentos oficiais são a síntese do que os bispos pensam. Pode-se dizer, então, que aquele texto é o que o Espírito Santo está querendo falar às nossas Dioceses. Não digo o mesmo de iniciativas de pequenos grupos ou de comissões, onde facilmente pode prevalecer a ideia de uma pessoa ou de um grupo. Nesse caso, o que for apresentado não é um texto “da” CNBB, mas sim daquela comissão.

Confira a íntegra da entrevista aqui

Conheça as instituições que formaram uma coalizão para, sob o prestígio e capilaridade da Igreja, encabeçar o projeto de Reforma Política:

  1. CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)
  2. OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)
  3. MCCE (Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral)
  4. Plataforma dos movimentos sociais pela reforma do sistema político
  5. Conic (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil)
  6. Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura)
  7. CTB/DF (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
  8. CUT (Central Única dos Trabalhadores)
  9. Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas)
  10. Frente Parlamentar pela Reforma Política com Participação Popular
  11. MST (Movimentos dos Trabalhadores sem Terra)
  12. UBES (União Brasileira dos estudantes secundaristas)
  13. UNE (União Nacional dos Estudantes)
  14. Via Campesina
  15. CNLB (Conselho Nacional do Laicato do Brasil)
  16. Movimento Nacional Contra Corrupção e pela Democracia
  17. Unasus (União Nacional dos Auditores do Sistema Único de Saúde)
  18. IDES (Instituto de Desenvolvimento Sustentável)
  19. Criscor (Cristãos Contra Corrupção)
  20. Abramppe (Associação Brasileira dos Magistrados Procuradores e Promotores Eleitorais)
  21. Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia)
  22. IUMA (Instituto Universal de Marketing em Agribusiness)
  23. ANEC (Associação Nacional de Educação Católica do Brasil)
  24. Aliança Cristã Evangélica Brasileira
  25. CJP/DF (Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Brasília)
  26. POM (Pontifícias Obras Missionárias)
  27. Visão Mundial
  28. Escola de Fé e Política de Campina Grande/PB
  29. CFF (Conselho Federal de Farmácia)
  30. CFESS (Conselho Federal de Serviço Social)
  31. Cáritas Brasileira
  32. MPA Brasil (Movimento dos Pequenos Agricultores)
  33. SINPRO/DF (Sindicato dos Professores no Distrito Federal)
  34. Asbrale/DF (Associação Brasiliense das Empregadas Domésticas)
  35. Igreja Batista em Coqueiral de Recife
  36. Instituto Solidare de Pernambuco
  37. CBJP (Comissão Brasileira de Justiça e Paz)
  38. MMC (Movimento de Mulheres Camponesas)
  39. IBDCAP (Instituto Brasileiro de direito e controle da administração pública)
  40. CSEM (Centro Scalabriniano de Estudos Migratórios)
  41. CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação)
  42. Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos)
  43. CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
  44. CLAI Brasil (Conselho Latino Americano de Igrejas)
  45. Abracci (Articulação Brasileira Contra a Corrupção e Impunidade)
  46. A Voz do Cidadão (Instituto de Cultura de Cidadania)
  47. Unacon Sindical (Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle).
  48. IFC (Instituto de Fiscalização e Controle)
  49. APCF (Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais)
  50. Fisenge (Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros)
  51. UBM (União Brasileira de Mulheres)
  52. MEP (Movimento Evangélico Progressista)
  53. Abrapps (Associação Brasileira de Pesquisadores (as) pela Justiça Social)
  54. Fórum da Cidadania de Santos
  55. EPJ (Evangélicos pela Justiça)
  56. Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público)
  57. Amarribo (Amigos Associados de Ribeirão Bonito)
  58. SAEP-DF (Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal).
  59. Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino)
  60. Auditoria Cidadã da Dívida
  61. Agenda Pública
  62. Instituto Soma Brasil
  63. UVB (União dos Vereadores do Brasil)
  64. MLT (Movimento de Luta pela Terra)
  65. Rede Brasileira por Cidades Justas Democráticas e Sustentáveis
  66. SENGE-MG (Sindicato de Engenheiros no Estado de Minas Gerais).
  67. Abong (Associação Brasileira de ONGs)
  68. AMB (Articulação de Mulheres Brasileiras)
  69. AMNB (Articulação de Mulheres Negras Brasileiras)
  70. ACB (Associação dos Cartunistas do Brasil)
  71. Campanha Nacional pelo Direito à Educação
  72. CEAAL (Conselho Latino Americano de Educação)
  73. Comitê da Escola de Governo de São Paulo da Campanha em Defesa da República e da Democracia.
  74. Comitê Rio Ficha Limpa
  75. FAOC (Fórum da Amazônia Ocidental)
  76. FAOR (Fórum da Amazônia Oriental)
  77. FBO (Fórum Brasil do Orçamento)
  78. FBSSAN (Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional)
  79. FENDH (Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos)
  80. Fórum de Reflexão Política
  81. Fórum Mineiro pela Reforma Política Ampla, Democrática e Participativa
  82. FNPP (Fórum Nacional de Participação Popular)
  83. EPPP (Fórum Paulista de Participação Popular)
  84. FNRU (Fórum Nacional da Reforma Urbana)
  85. IDS (Instituto Democracia e Sustentabilidade)
  86. Intervozes (Coletivo Brasil de Comunicação Social)
  87. LBL (Liga Brasileira de Lésbicas)
  88. MNDH (Movimento Nacional de Direitos Humanos)
  89. Movimento Pró-Reforma Política com Participação Popular
  90. Observatório da Cidadania
  91. PAD (Processo de Diálogo e Articulação de Agências Ecumênicas e Organizações Brasileiras)
  92. Rede Brasil Sobre Instituições Financeiras Multilaterais
  93. REBRIP (Rede Brasileira pela Integração dos Povos)
  94. Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos.
  95. Movimento Voto Consciente
  96. CFC (Conselho Federal de Contabilidade)
  97. MPD (Movimento do Ministério Público Democrático)
  98. UJS (União da Juventude Socialista)
  99. UNEGRO (União de Negros pela Igualdade)
  100. CONAM (Confederação Nacional das Associações de Moradores
  101. Instituto Brasil Verdade
  102. Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil
  103. EDUCAFRO – Educação para Afrodescendentes e Carente

 

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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