Ana Carolina Dias Cáceres, 25, é o exemplo vivo de que é possível conviver com a microcefalia. Contrariando todos os prognósticos, ela leva uma vida normal. Formada em Jornalismo, a sul-mato-grossense escreveu um livro sobre a síndrome, para levar informação e esperança. Ana Carolina vem a Fortaleza para participar, no próximo dia 22, do Ato Nacional em Defesa da Vida.

Ana Carolina

Ana Carolina

“Para as mães que já são grávidas eu diria para procurarem informação, quanto melhor informado sobre a microcefalia, mais a criança vai ter chance de fazer o que está acontecendo comigo”, recomenda a jornalista.

Ana Carolina teve a infância marcada por cirurgias e cuidados redobrados com a saúde por conta da microcefalia, um dos assuntos mais discutidos no Brasil nos últimos meses por ter relação com o zika vírus. Até os 9 anos, foram cinco intervenções cirúrgicas e as piores previsões de médicos.

“Minha microcefalia só foi descoberta quando eu nasci. Minha mãe ouviu vários prognósticos, que eu não ia falar, andar, e até mesmo que não sobreviveria”, diz.

Meu crânio nasceu fechado, então passei por várias cirurgias para retirada de estruturas ósseas, permitindo que o cérebro tivesse espaço para se desenvolver. Posso dizer que, depois desta última cirurgia, meus pais passaram a respirar aliviados e ver que a filha deles tinha sobrevivido”, relembra.

Sem danos cerebrais ou sequelas das operações, o único cuidado que ela precisava na escola era evitar quedas para não bater a cabeça. “Não tinha cobertura óssea suficiente na testa. Mas o cuidado físico era só esse”, relata.

A história de superação ganhou as páginas de um livro, escrito pela própria Ana Carolina como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Para escrever o “Selfie, em meu autoretrato, a microcefalia é diferença e motivação”, a jovem contou a própria experiência e ouviu relatos de outras cinco famílias que também convivem com a mesma condição.

Quando soube da Ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para permitir o aborto em caso de zika, a jornalista sentiu-se “indignada” e fortaleceu a atuação militante na divulgação de informação. “Eu estou defendendo o lado que me representa, das crianças e mães. Defendo que o Estado dê toda a estrutura e apoio a essas famílias”, disse.

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No próximo mês de fevereiro, quando o Judiciário retornar do recesso, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5581, que prevê a possibilidade de ampliação judicial de casos permitidos para a prática do aborto, será julgada pelo STF. Para impedir a aprovação, o Movimento em Favor da Vida (Movida), a Associação Casa Luz, a Obra Lumen de Evangelização, o Lar de Clara e diversas outras entidades locais promovem um ato público em Fortaleza. A mobilização será nacional e ocorrerá ainda nas cidades de Brasília (DF), Canoinhas (SC), Carmópolis de Minas (MG); Ibirité (MG); João Pessoa (PB); Mauá (SP); Petrópolis (RJ); Piedade dos Gerais (MG); Recife (PE); Rio de Janeiro (RJ); Salvador (BA); Manaus (AM); Belém (PA).

Além de Ana Carolina, estão confirmados no movimento em Fortaleza o cantor, escritor e apresentador Diego Fernandes, a banda Kyrios Dei e o compositor e vocalista Totô, da Banda Expresso HG.

Sobre a ADI

Os favoráveis ao aborto sugerem na Ação 13 pontos com a finalidade de abrir mais brechas legais para a realização do aborto. Dentre os mais incisivos e questionados pelas entidades que defendem a vida, está o que diz que a lei deve “permitir a realização do aborto em relação à mulher que comprovadamente tiver sido infectada pelo vírus zika”. O texto não fala da preservação ou cuidado na observância do estado de saúde do bebê, não diz de que maneira seria realizada a comprovação da infecção nem muito menos em quais circunstâncias a mulher poderia usufruir deste direito.

Outro ponto que levanta questionamentos é o que fala da “sustação dos inquéritos policiais, das prisões em flagrante e dos processos em andamento que envolvam a interrupção da gravidez quando houver diagnóstico clínico ou laboratorial de infecção da gestante pelo vírus zika”.

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), 78% da população brasileira é contra o aborto. A taxa, registrada em 2016, é a mesma desde 2010, o que comprova uma tendência do País a não aceitar a legalização da prática, conforme sugere a ADI que será discutida no STF.

Serviço

Ato em Defesa pela Vida

Data: 22 de janeiro de 2017, a partir das 16h

Local: Praça Portugal (Av. Desembargador Moreira x Av. Dom Luiz)

Atrações: Diego Fernandes, Kyrios Dei, jornalista Ana Carolina, Totô (Expresso HG)

Assessoria de Imprensa: Inove Comunicação

About the Author

Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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