“Eu não me sinto uma super mãe por isso, fiz apenas o que tinha de fazer“, conta com voz de serenidade Márcia Bomfim Vieira,  que aos 15 anos escolheu dar prosseguimento à  gravidez ao invés de interrompê-la para uma cirurgia que lhe devolveria a visão. A história inspiradora de Márcia  se tornou um curta-metragem produzido pela Delantero em parceria com o estúdio  Polegar Opositor para o Movimento Pela Vida e Cidadania – Movida.

Márcia com suas duas  filhas. Foto: fac-símile de entrevista de Márcia para o Hoje em Dia (RecordTV).

“Essa animação tem muita sensibilidade com relação ao respeito à vida desde a concepção, que cada vida deve ser respeitada, especialmente nesse tempo em que no Brasil se vive um perigoso ativismo judicial”, disse ao Blog Ancoradouro o Senador Eduardo Girão. O parlamentar adiantou sobre um julgamento Supremo Tribunal Federal – STF sobre aborto de crianças com microcefalia. “Para mim isto é uma eugenia”, classificou Girão.

 

O Bispo de Sobral, Dom José Vasconcelos também comentou o filme  do Movida: “É um curta-metragem que em apenas 17 segundos consegue de forma lúdica e atraente transmitir uma mensagem profunda sobre o valor da vida humana desde a concepção. Traz-nos uma mensagem de cunho pascal: a vitória da luz sobre as trevas, da vida sobre à morte, da graça sobre o pecado”.

A história inspiradora de Márcia 

O ano era 1993. Márcia ficou grávida aos 15 anos. Dois meses depois, em dezembro, ela já não enxergava mais nada. Ainda jovem tinha uma escolha que precisava fazer: optar em dar prosseguimento à gravidez ou interrompê-la para fazer uma cirurgia e reverter a cegueira. “Eu tinha consciência que dentro de mim existia uma vida que dependia de mim para viver, e isso me deu muita força”.

Os médicos orientaram o aborto, Márcia escolheu dar prosseguimento à gravidez.

Márcia escolheu ser mãe, mesmo que isto lhe custasse a visão. “Em nenhum momento eu me sinto uma super mãe por conta desta decisão. Fiz o que deveria fazer como mãe”. De acordo com a mãe, todos os médicos a orientaram para que abortasse. “Eles disseram que o bebê também poderia nascer com alguma deficiência o que dificultaria as coisas para mim por eu ser tão nova”. “Mas não achei nada complicado”, concluiu  Márcia. “Achei tudo natural porque quis muito ter minha filha

Márcia contou ao blog que sua cegueira foi irreversível por se tratar de uma Uveíte, uma inflamação que atinge o fundo dos olhos danificando o nervo ótico bloqueando a imagem que vai  para o cérebro. Outros problemas  sucederam a este como pressão alta ocular, catarata interna, além de muitas inflamações. “Vai fazer dois anos que eu tive de retirar os dois olhos e por duas próteses esclerais, por conta das dores da inflamação”, explicou.

Atualmente Márcia moram em Mauá, São Paulo, vinte anos depois teve uma outra filha. “Sou totalmente a favor da vida, viver é uma dádiva de Deus . Eu amo viver. Aprendi a enxergar o mundo de outro ângulo”. Este amor pela vida ajudou Márcia a superar completamente a perda da visão. Adquiriu novas percepções e habilidades que não possuía quando enxergava.

Márcia é atleta de Goaball.

Márcia é atleta paralímpica de Goalball, já representou a Seleção Brasileira em competições internacional, participou de Mundial de Paraolimpíada, ParaPanAmericano, dentre outras. Atualmente é do alto rendimento e compete no Brasil pelo Santos Futebol Clube. “Gosto de estar com a minha família, de estar com eles, e do esporte que me ajudou a ter a confiança que eu não tinha antes. Hoje pego minha bengala e vou para onde eu quero e isso é muito bom”.

O criativo da Agência Delantero Comunicação, Marcel Pinheiro,  define bem a história e a missão de Márcia. “O ser humano tem sede de bons exemplos, de magnitude, de histórias que inspirem. A Delantero sente que também tem esta missão: levar beleza para as telas. E a vida da Márcia é única neste sentido”.

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Vanderlúcio Souza

Padre da Arquidiocese de Fortaleza. À busca de colaborar com a Verdade.

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