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CANINDÉ TESTA PALMA GIGANTE RESISTENTE A COCHONILHA DO CARMIM

Um novo projeto para convivência com a seca, está sendo desenvolvido no Município de Canindé, no Sertão Central. Os agricultores estão mais confiantes para enfrentar a seca. O projeto da Secretaria de Agricultura e Recursos Hídricos incentiva o uso da semente forrageira no Semi Árido, de forma adensada da palma gigante.

Uma raquete de palma forrageira consegue reter até 90% do peso em água. Na água está todo o nutriente da planta.

Para isso, Unidades de Testes de Demonstração foram criadas no terreno da própria Secretaria para facilitar o acesso dos criadores que passarão a receber o benefício. ‘’A finalidade é que o Município de Canindé se torne independente no suporte forrageiro da palma, dentro dos próximos anos. Em vez de se comprar em outras regiões. Queremos que Canindé se torne um grande produtor e fornecedor da palma gigante, altamente resistente à cochonilha do carmim’’, disse Domingos Sávio Secretário, Secretário da Agricultura e Recursos Hídricos de Canindé.

‘’É o processo de plantio da palma plantada usando-se espaçamento entre fileiras e raquetes, menor que os normalmente adotados pelos criadores, obtendo-se com isso uma maior produção de forragem por área’’, explica o Secretário da SARH.

Segundo ele, a palma deve ser plantada em solos leves (argiloso-arenosos), não sujeitos a encharcamento e, se possível, evitar terrenos com muitas pedras, pois dificultam as limpas e aumentam as despesas; preparo da área – realizar a aração ou gradagem do terreno com trator ou à tração animal, a critério do criador; proceder à abertura dos sulcos destinados ao plantio das raquetes, utilizando o espaçamento de um metro linear entre sulcos com uma profundidade em torno de 20 centímetros.

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Efetuar o plantio das raquetes, enterrando-as no sulco até a metade do seu tamanho, para que fiquem firmes no solo; adotar o espaçamento de um metro entre as fileiras e 25 centímetros entre as raquetes.

‘’A adubação prática indispensável no cultivo da palma adensada: adubação orgânica – se o criador dispuser de esterco de curral ou de caprinos e for utilizar o plantio em sulcos, recomenda-se distribuir ao longo destes, dois a três quilos de esterco por metro linear (metro corrido); quando o plantio for feito em covas, colocar no fundo destas, 500 a 750 gramas de esterco; adubação química – de acordo com as recomendações da análise de solo’’, ensina o Secretário.

Os tratos culturais precisam ser efetuados por capinas manuais de acordo com as necessidades; uso de herbicidas. O Município vem testando com sucesso, herbicidas específicos para serem utilizados logo após as primeiras chuvas depois do plantio; dentre os herbicidas testados, os mais eficientes foram aqueles à base de AMETRYNE, DIURON E TEBUTHIURON, porém a Secretaria só passará a recomendá-los após os resultados das análises de resíduos de agrotóxicos e o registro do produto.

A primeira colheita deve ocorrer dois anos após o plantio e as seguintes de dois em dois anos; se o criador necessitar de um hectare por ano para alimentar o rebanho, é necessário plantar dois hectares com diferença de um ano de idade entre eles, para que, a cada ano, seja feita a colheita de um hectare.

A produtividade da palma adensada depende do espaçamento utilizado, assim: um hectare de palma plantado no espaçamento de 01 x 0,50m, produz 220 toneladas por hectare a cada dois anos; um hectare de palma plantado no espaçamento de 01x 0,25m, produz 300 toneladas por hectare a cada dois anos.

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Um hectare de palma plantado no espaçamento mais adensado 01 x 0,25m – permite alimentar no período da seca, 33 vacas durante 180 dias com um consumo diário de 50 quilos de palma por vaca. A palma deve ser fornecida ao gado, junto com outros alimentos como palhas de culturas, pastos secos, capins de corte, feno, silagem, torta de algodão, farelo de soja, etc. para evitar a ocorrência de diarreia e aumentar o seu teor proteico. 

VALOR NUTRITIVO DA PALMA FORRAGEIRA?

Componentes

Participação na matéria seca* (%)

Proteína bruta

3,00 – 6,00

Fibra bruta

8,00 – 13,00

Cálcio

2,00 – 3,00

Fósforo

0,08 – 0,12

Digestibilidade:

65,00 – 75,00

Forragem sem água

Fotos e texto de Antônio Carlos Alves

Amanhã você vai conhecer: Palma forrageira surge como alternativa de convivência no Semiárido.