O turismo religioso, diferente de todos os outros segmentos de mercado turístico, tem como motivação fundamental a fé. Destinos nacionais e estrangeiros ganham cada vez mais destaque nesse segmento com peregrinações.

No Brasil, o Santuário de São Francisco das Chagas, Padre Cícero em Juazeiro do Norte, Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, no Interior paulista e Círio de Nazaré Belém do Pará, são os principais destinos dos viajantes de fé.

A cidade de Canindé, no Sertão Nordestino reverencia São Francisco das Chagas na maior festa religiosa franciscana da América Latina e a segunda do mundo.

Hoje, o turismo religioso detém uma fatia muito grande em relação ao mercado mundial.

O Dia Mundial do Turismo é comemorado em 27 de setembro, em referência a uma das mais importantes atividades econômicas da atualidade, pertencente ao setor terciário da economia. Essa data foi oficialmente estabelecida pela Organização Mundial do Turismo (OMT) no ano de 1980, logo após a implementação do seu estatuto. É importante, no entanto, não confundir essa data comemorativa com o Dia Nacional do Turismo, celebrado em 02 de março.

A prática do turismo, mais do que um ramo da economia, é uma área de estudo das Ciências Sociais, sendo muito estudada também pela Geografia. Seu conceito, de acordo com o OMT, corresponde ao deslocamento de pessoas para lugares diferentes em um período inferior a um ano e que não esteja vinculado à realização de trabalho ou alguma atividade econômica, remunerada ou voluntária. Isso significa que o turismo corresponde à realização de viagens temporárias para fins religiosos, de negócios e, principalmente, lazer e descanso.

Os diferentes tipos de turismo (rural, ecoturismo, cultural, religioso, de aventura, de pesca etc.) são considerados a partir dos produtos oferecidos pelos territórios e também a partir dos tipos de consumidores (grupos religiosos, jovens, adolescentes, idosos, esportistas, empresários, estudantes, entre outros). Um local considerado como destino indutor para o turismo costuma oferecer uma gama variada de práticas, ou atividades específicas; tradições, espiritualidade ou templos religiosos; aspectos e caraterísticas geográficas, históricas, sociais e arquitetônicas; além de serviços e infraestruturas em geral para o estabelecimento dos grupos turísticos.

Com o avanço do processo de globalização, o turismo é uma atividade crescente em todo o mundo. Segundo dados da OMT, o fluxo turístico internacional aumentou, entre 2000 e 2010, pouco mais de 130 milhões de chegadas anuais para as mais diversas partes do planeta. A estimativa é que esse número cresça, em média, 3,3% a cada ano até 2030, quando deverá superar a marcar de 1,3 bilhão de chegadas anuais. Verifica-se que nem mesmo as crises econômicas financeiras do final da década de 2000 e início da década de 2010 tiveram impacto sobre o turismo no mundo.

No Brasil, o turismo é a atividade do setor terciário que mais cresce economicamente, movimentando cada vez mais recursos financeiros. No entanto, o território nacional ainda apresenta números tímidos em termos de recebimentos de turistas estrangeiros em face da sua real potencialidade. A tendência, no entanto, é que o setor cresça acima da média mundial ao longo das próximas décadas.

Segundo a OMT, no ano de 2013, o mundo teve mais de 1 bilhão de pessoas classificadas como turistas, dentre os quais, mais da metade deslocou-se em direção à Europa, conforme podemos observar na relação a seguir:

Distribuição do turismo mundial (recebimento de turistas)

Europa – 51,85%

Ásia e Pacífico – 22,87%

América do Norte – 10,16%

África – 5,14%

Oriente Médio – 4,67%

América Central e Caribe – 2,79%

América do Sul – 2,52%

É possível notar que, segundo as regiões classificadas pela OMT, a que menos recebe turistas é a América do Sul, embora o continente apresente muitos pontos turísticos. Na Europa, por outro lado, a maior presença de destinos é notória, com destaque para as cidades de Londres e Paris, os dois locais que mais recebem turistas no mundo.

TURISMO RELIGIOSO SE TORNA UMA ATIVIDADE CULTURAL E SOCIAL.

O turismo é, afinal, uma das mais importantes atividades sociais, culturais e econômicas da atualidade. Além de garantir o desenvolvimento de muitas áreas e movimentar a economia mundial, ele também promove a transformação do espaço geográfico, a valorização dos elementos históricos das diferentes regiões e a interação entre as comunidades receptoras e os grupos turísticos visitantes.

O turismo brasileiro apresenta, a cada ano, números mais expressivos em relação ao segmento religioso. De acordo com dados preliminares do Departamento de Estudos e Pesquisas do MTUR, no ano passado, cerca de 17,7 milhões de brasileiros viajaram pelo país levados pela fé. Cerca de 10 milhões fizeram viagens sem pernoitar no destino (excursionistas) e outros 7,7 milhões permaneceram pelo menos uma noite no local.

As visitas às tradicionais cidades barrocas mineiras e baianas, como Ouro Preto, Mariana, Congonhas do Campo e Salvador estão entre os destinos mais visitados do país pelos peregrinos. Na semana passada, a administração do Santuário Nacional de Aparecida (SP) anunciou um número recorde de visitantes do ano passado: 12,2 milhões. Entre os destinos de turismo religioso consolidados no país também estão o Círio de Nazaré (Belém, PA), uma das maiores festas religiosas do mundo, que reúne cerca de um milhão e meio de pessoas em outubro; a Romaria à São Francisco das Chagas em Canindé (CE), que recebe cerca de 2 milhões de romeiros do santo de Assis e Juazeiro (Juazeiro do Norte, CE), que recebe cerca de 1,5 milhão de devotos de Padre Cícero por ano; e a Romaria à Nova Trento (Nova Trento, SC), onde está o Santuário da Madre Paulina, considerada a primeira santa brasileira, com cerca de 20 mil peregrinos por mês.

Fotos e texto de Antônio Carlos Alves