Para a Igreja Católica, a festa de São Francisco das Chagas de Canindé termina oficialmente com a tradicional bênção dos chapéus ao meio dia de hoje, 05 de outubro.

Peregrinos vindos dos mais diversos pontos do País se despedem, ao meio-dia desta sexta-feira, do maior Santuário Franciscano das Américas na busca da cura e da fé. Todos os anos, em Canindé, as mesmas lembranças se repetem e se renovam. O dia de hoje é a festa do povo de Canindé que mantém uma tradição de 260 anos no maior santuário franciscano das Américas.

A multidão avançando em direção ao templo, o coro de milhares de fiéis fazendo referências e rezas em forma de cânticos, a união das famílias para aproveitar a passagem do cortejo pelo corredor religioso para pedir graças.

A tradicional bênção dos chapéus é uma doação da direção do Colégio Menino Jesus e o arreamento da bandeira do santo, que permaneceu hasteada por 11 dias.

Este ano, o casal Romeu e Joane Laurênio de Oliveira vai entregar aos participantes da Santa Missa Campal mais de três mil e quinhentos chapéus para proteger a mente, a alma e a fé do romeiro. “Começamos com 100 e, no nono ano, já conseguimos essa média. Por conta da seca e a dificuldade para se encontrar palha de carnaúba, o número ficou reduzido”, contou Romeu Rocha

Segundo Joane Laurênio, a ideia surgiu depois de se pensar em uma forma de proteger o devoto devido ao horário de meio-dia, com sol a pino. “O chapéu dá uma maior proteção. É uma homenagem à carnaúba, o símbolo vivo do Ceará”, comentou a educadora.

Após a bênção, mantendo uma tradição de mais de 250 anos, multidão segue pelas ruas da cidade, levando a bandeira de São Francisco.

Comerciantes, romeiros e fiéis na Praça da Basílica jogam dinheiro dentro do pano sagrado, pedindo um ano vindouro de inverno e de bons negócios. Os que tocam na bandeira não se contém e chega às lágrimas.

Na saída da procissão, uma intensa movimentação toma conta da Praça da Basílica, enquanto toca música MISCIGENAÇÃO do compositor canindeense Jota Batista. Nesse momento, isso gera, uma emoção geral.

É o momento da partida dos romeiros, fiéis de vários estados do Brasil que se juntam em um só coro de despedida durante o ato religioso.

O choro, a fé, devoção, aclamação e o misticismo formam o leque da força que o romeiro deposita em São Francisco: o médico, o Juiz, o Advogado, o Presidente da República, o Governador e o Prefeito dos pobres.

Na opinião do pároco e Reitor do Santuário de Santo Antônio do Brasil, Frei Marconi Lins que coordenou pela quarta vez a romaria, os romeiros chegam para pedir ao protetor da natureza o que não conseguem com as autoridades.

Um dos pontos altos da romaria, foi um forte esquema de segurança montado pela Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal, Polícia Civil, Guarda Cidadã, Guarda Mirim Cidadão, Polícias Rodoviária Federal e Estadual, Polícia Civil, BR Raio, Força Tática de Apoio – FTA, Seguranças da Paróquia contratados. Foi a mais tranquila dos últimos e a mais segura e organizada com o apoio da Prefeitura de Canindé. A Prefeita Rozário Ximenes participa do encerramento quando vai arrear a bandeira do Município.

‘’Foi à festa do reencontro do povo de Deus com suas origens’’, finalizou Frei Marconi.

Fotos e texto de Antônio Carlos Alves