Serviço desenvolvido por esses profissionais precisa do apoio de toda a população.

‘’Os garis são os médicos de um Planeta que está doente, com o ser humano adoecendo cada vez mais. Quanto menos se trata o lixo, mas ele adoece o Planeta. Eles estão fazendo um trabalho digno, de fazer com que as pessoas que ainda não têm consciência aprendam a importância de não jogar lixo na rua e preservar o meio ambiente’’, a observação é da Prefeita de Canindé Rozário Ximenes.

Eles estão circulando pelas ruas, avenidas e todos os dias aparecem em nossas portas levando embora o que jogamos fora e chamamos de lixo. A cor laranja do uniforme deveria chamar atenção dos transeuntes, mas por muitas vezes, esses trabalhadores passam despercebidos pela grande maioria.

Faça chuva ou faça sol, esses profissionais estão diariamente nas ruas realizando o seu serviço. Pouco valorizados por parte da população, eles prestam, de maneira digna e honesta, um importante serviço ambiental à cidade e, porque não dizer, ao mundo. Munidos de vassoura, pá e cesto de lixo com rodas, realizam a difícil tarefa de recolher todo o lixo descartado de forma irregular nas ruas.

A coleta de lixo da cidade de Canindé, na sede, gera 60 toneladas de lixo por dia, em 11 quilômetros de via. Um gari consegue varrer por dia, um quilômetro e 20 metros de artéria, praça ou avenida.

Eles ganharam o reforço de novos carrinhos para coleta e limpeza do centro comercial. Atualmente 25 profissionais desenvolvem esse trabalho e mais oito realizam os serviços de capinagem.

A cidade dispõe de dois caminhões compactadores e quatro veículos que realizam a coleta de lixo nos Distrito de Caiçara, Bonito, Salitre, Targinos, Iguaçu, e Ipú Monte Alegre. A comunidade de Japuara também é beneficiada com o projeto.

De acordo com o engenheiro ambiental Elias Teixeira, o nome gari, vem do nome do francês, educador sanitarista, Aleijo Gari que revolucionou a limpeza pública no Rio de Janeiro.

‘’É comum ouvir alguém dizer que jogar lixo na rua é garantir o emprego do gari. Infelizmente, muitas pessoas pensam assim. No entanto, jogar lixo na rua é somente falta de educação e respeito com o meio ambiente e com o trabalho realizado pelos profissionais da limpeza, divididos entre varrição, recolhimento de inservíveis e catação. E, apesar da missão realizada por eles, a responsabilidade de manter a cidade limpa também é da população’’, observa o engenheiro.

É preciso respeitar os horários e locais de catação, o espaço público e o meio ambiente. A rua deve ser como a extensão de nossa casa, onde até um grão de areia no chão incomoda. Os garis trabalham para isso, mas é dever da população contribuir. Quando chove, a água leva o lixo das ruas direto para os canais, canaletas e galerias, provocando problemas como alagamentos e enchentes. Se cada um fizer a sua parte, esses problemas podem ser reduzidos ou mesmo evitados.

Como todo profissional, o gari merece respeito e deve ser valorizado. Além de ser um cidadão como qualquer outro, seu trabalho é de utilidade pública, pois está diretamente ligado à prevenção de doenças.

Até a prefeita da cidade de Canindé Rozário Ximenes se vestiu de gari para chamar atenção da população com os cuidados com o lixo e a responsabilidade de contribuir com a limpeza pública da cidade. Para ela, a dignidade profissional não está inserida no valor recebido para administrar o trabalho e sim no seu valor para uma sociedade.

Fotos e texto de Antônio Carlos Alves