Foto: Divulgação

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No último sábado, 22, o supergrupo Noturnall mostrou ao público de Fortaleza porque é atualmente o grande nome do Metal Nacional. Em show de cerca de uma hora e meia, a banda tocou quase todo set-list do álbum (exceto ‘The Blame Game’), além de ‘Inferno Veil’, do Shaman, ‘Symphony of Destruction’, do Megadeth e ‘Cowboys From Hell’, do Pantera, em uma homenagem a Dimebag Darrel, guitarrista do grupo norte-americano que foi assassinado durante uma apresentação, em 8 de dezembro de 2004.

Minutos antes de subir ao palco, o grupo, que é formado por Thiago Bianchi (vocal), Léo Mancini (guitarra), Fernando Quesada (baixo), Júnior Carelli (teclado) e Aquiles Priester (bateria), concedeu uma entrevista exclusiva ao Blog Ceará & Rock. Na conversa, falaram sobre a ideia de montar a banda, a recepção do público, Russell Allen, rock cearense…

Confira:

Ceará & Rock: Pra começar, gostaria que vocês explicassem como surgiu a ideia de formar o Noturnall, que tem praticamente a mesma formação do Shaman, com a exceção de Ricardo Confessori que deu lugar ao Aquiles Priester.

Fernando Quesada: A gente já tava trabalhando em um álbum novo do Shaman, que já estava praticamente pronto, mas não queríamos apenas lançar mais um CD, pensamos em algo maior, que não era possível antes. Além disso, as músicas estavam bem diferentes do que é o Shaman.

C&R: Como nasceu a ideia de convidar o Aquiles? Como foi feito o convite?

FQ: Depois que tínhamos as músicas prontas, começamos a pensar em quem seria o baterista, pois queríamos um cara que complicasse as coisas, ao invés de simplificar e logo pensamos no Aquiles. Já até havíamos feito um convite a ele, antes de termos material pronto, mas ele não aceitou. Depois de tudo pronto, mostramos pra ele e fizemos o convite novamente, daí ele aceitou.

C&R: Em uma semana, vocês venderam mais que em toda carreira pelo Shaman. Isso é incrível. O que me dizem disso? O que acharam da repercussão do lançamento da banda?

FQ: A recepção Foi muito boa. Conseguimos coisas incríveis em tão pouco tempo, Calçada da Fama do Rock Brasileiro, casas lotadas, liderança nas paradas… Ficamos muito felizes de termos o trabalho reconhecido, até mais reconhecido do que na época do Shaman.

C&R: E o Russell Allen, como foi trabalhar com ele? Tanto na parte de produção, quanto nas participações dele?

Júnior Carelli: Russell é um cara incrível, muito humilde. Nos conhecemos ainda na época do Shaman, em um grande show fora do País e depois nos reencontramos no fatídico Metal Open Air. Ele acabou se tornando um grande amigo nosso.

Ele teve papel fundamental nas vozes do CD. E a participação no DVD foi algo ainda mais legal. Ele tava fazendo uma série de workshops com o Thiago Bianchi. Quando o convidamos, ele aceitou de cara e na hora do show, ele tava muito empolgado e é muito bom quando alguém, com uma carreira igual a dele, ainda mostra toda aquela empolgação. Foi espetacular.

C&R: O DVD da banda, o “First Night Live”, foi gravado no show de estréia da banda. Isso já seria um motivo pra ele ser especial, mas também foi um evento que serviu pra uma boa causa. Falem-me sobre essas arrecadações de alimentos e brinquedos, que foi uma forma de cumprir uma promessa feita por Thiago Bianchi, assim como a gravação de ‘Woman in Chains‘, do Tear for Fears, que foi feita ao lado de sua mãe.

Thiago Bianchi: Junto com a Shaman, a gente já tinha gravado dois DVDs, o ‘Anime Alive’, que foi gravado num evento Anime, com uma atmosfera diferente e todo mundo, na platéia, vestido de cosplay, essas coisas. Depois fizemos mais um DVD, dessa vez com uma orquestra e em um dos maiores festivais de metal do Planeta, que é o Masters of Rock. Assim pensamos que deveríamos fazer algo diferente, inovador, que ninguém nunca tivesse feito. Assim surgiu a ideia de fazer um DVD no primeiro show da banda e ficou legal pra caramba.

Sobre os brinquedos e alimentos, foi a partir de uma promessa que fiz aos 13 anos por me recuperar de um câncer no mediastino. A outra parte da promessa era gravar ‘Woman in Chains’, que é uma música que eu gosto muito e que diz muita coisa. Mas esse assunto da doença é algo que já ficou no passado, pra mim.

C&R: Vocês conhecem o rock cearense? Enxergam qualidade no que é produzido por aqui? O Quesada trabalhou com a My Fair Lady, que vive um momento bem parecido com o do Shaman e tem alguns integrantes na ótima Jack The Joker. O que me diz sobre essas bandas?

FQ: A cena aqui sempre foi muita boa. A My Fair Lady fez um trabalho muito bom, produzimos um material incrível. E a Jack The Joker também é muito boa. Os caras mostram muito profissionalismo e acabou de lançar um CD muito bom.

C&R: Aquiles, gostaria de aproveitar e falar sobre seus outros projetos, inclusive do passado. O Hangar, como está?

Aquiles Priester: O Hangar ainda existe, acabamos de lançar um CD, o ‘The Best Of 15 years, Based On a True History’. A questão é que o Hangar agora vive um momento diferente, não podemos mais ficar atrás das coisas; nem é viável, financeiramente, ficarmos nos reunirmos pra ensaiar, já que a banda tá espalhada pelo País e os custos pra um ensaio já seriam altíssimos.

C&R: E o Angra, tem contato com algum ex-parceiro? Aceitaria um convite para uma possível gravação da “Família Angra”?

Nesse momento, Fernando Quesada, em tom de brincadeira, muda de posição e passa a olhar nos olhos de Aquiles, aguardando a resposta.

AP: Não tenho, nem faço questão de ter contato com nenhum ex-integrante do Angra. Eu não pretendo, nunca na minha vida, voltar a tocar com eles!

C&R: Quais os projetos do Noturnall para 2015?

JC: A banda já trabalha em um projeto pro ano que vem, com boa participação do Russell. Não posso adiantar nada, mas teremos boas novidades para o público.

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Ronnald Casemiro

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