Idris Elba e Abraham Attah estrelam “Beasts of No Nation”.

Sinônimo de maratonas e sábados à noite na companhia do crush, o serviço de streaming mais famoso do mundo é uma das maiores consequência da internet. Com a facilidade de conseguir filmes e séries pela rede, por quê não monetizar o serviço e oferecer aos antigos usuários de pirataria a oportunidade de terem um catálogo amplo a um preço justo, e sem correr o risco de pegar um vírus no Kazaa?

Mais que apenas uma plataforma que disponibiliza produtos de terceiros, a Netflix, desde o lançamento da já cancelada série “Lilyhammer”, realiza suas próprias produções originais. Desde então, dezenas de seriados já surgiram, até mesmo provindos de uma bem sucedida, ainda que nem sempre positiva, parceria com a Marvel. Mas não é de séries que falaremos aqui hoje, e sim dos filmes produzidos e lançados exclusivamente pelo serviço.

Financiado pela própria Netflix, “Beasts of no Nation” foi o primeiro exemplar da sétima arte a ser 100% produzido pela empresa, em 2015. Sucesso de público e crítica, o filme logo sofreu diversas críticas, não por sua qualidade, mas por não ser lançado antes em salas de cinema, algo que atacou diretamente os mais puristas. Reflexo disso, dois anos depois, ocorreu no festival de Cannes deste ano. “Okja”, próximo filme realizado pela Netflix e com lançamento marcado para 28 de junho, sofreu uma saraivada de vaias após uma falha em sua exibição. As críticas foram tão intensas que, a partir de 2018, somente filmes exibidos nos cinemas franceses poderão participar de Cannes, praticamente minando as chances de participação da Netflix.

“Okja” tem Tilda Swinton e Giancarlo Esposito no elenco.

Seguindo na contramão da concorrente e jogando o jogo dos estúdios e distribuidores de cinema, a Amazon Studios aposta em financiar filmes para serem exibidos no circuito comercial habitual. Somente após isso, eles passam a ser disponibilizados via streaming, com exclusividade. Além de válida, a estratégia é bem vista pelos mais tradicionais. Filmes como “Machester à Beira Mar” e “Paterson” são alguns dos exemplos de longas realizados pela empresa.

Com três grandes lançamentos agendados para 2017, o ano será um dos definitivos para que a Netflix se solidifique como um player respeitoso dentro das produções cinematográficas. Além de “Okja”, “War Machine”, produzido e estrelado por Brad Pitt, chegará ao serviço amanhã. Já para dezembro, o longa de ficção científica “Bright”, protagonizado por Will Smith, será uma das principais apostas da empresa, com orçamento US$90 milhões, o maior até agora.

Ainda sem grandes detalhes sobre a trama, “Bright” parece…curioso.

Outra promessa é “The Irishman”, antigo projeto de Martin Scorsese, que trará como protagonistas Al Pacino, Robert De Niro e Joe Pesci, os grandes nomes dos filmes de máfia. Pesci, por sinal, sairá da aposentadoria para estrelar esse filme, algo aguardado pelos fãs de “Os Bons Companheiros” e “Cassino”.  Promessas, orçamento, público e realizadores de qualidade do seu lado a Netflix possui. Resta aguardar se a empresa conseguirá se sobressair em suas produções e gerar tanta antecipação por seus filmes quanto por suas séries originais.

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Hamlet Oliveira

Jornalista. Louco por filmes desde que ficava nas locadoras lendo sinopse de filmes de terror. Gasta mais dinheiro com livros do que deve. Atualmente tentando(sem sucesso) se recuperar desse vício.

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