Mesmo ganhando muitos adeptos ao longo dos últimos anos, o MMA também é alvo de preconceito. Lógico que ninguém é obrigado a gostar e assistir a estes eventos. No octógono, o objetivo do lutador é golpear o outro. Discordar disso é um direito. Mas muita gente pensa que os eventos acontecem à revelia das regras e dos cuidados médicos. Estou trazendo aqui algumas informações que ajudam a esclarecer alguns equívocos:

1. Maior evento de MMA do mundo, o UFC foi fundado em 1993 pelo brasileiro Rorion Gracie. No início, seu principal objetivo era provar que o jiu-jitsu brasileiro era a mais eficiente das modalidades. Havia regras mínimas, sequer havia categorias de peso. Ao ser comprado pelos irmãos Fertitta, o evento foi evoluindo, definindo categorias e estabelecendo diversas regras. Vale ressaltar que existe um rigoroso acompanhamento médico, que se tornou obrigatório a todos os profissionais.

2. O lutador profissional é muito bem treinado não só para golpear, mas principalmente para se defender dos golpes. E isso é uma característica inerente a cada uma das artes marciais.

3. Os eventos de MMA respeitam as comissões atléticas dos estados, que são responsáveis por regulá-los e arbitrá-los.

4. Dizer que o MMA não educa é desinformação. Vários atletas profissionais são engajados em projetos sociais não só no Brasil, mas no mundo. Vou só citar aqui um exemplo recente: Anderson Silva, campeão dos pesos médios do UFC, e o ídolo do MMA Rodrigo Minotauro visitaram no mês passado o projeto social “Usina dos Campeões”, uma iniciativa de Pedro Rizzo, também lutador de MMA, em parceria com a Refinaria de Manguinhos (Confira matéria do Sensei SporTV aqui).

5. Considerando as lesões, todo esporte, quando chega ao nível profissional de competição, traz danos ao atleta. A ginasta Jade Barbosa, por exemplo, descobriu bem nova uma grave lesão no pulso, que ameaçava lhe afastar de vez do esporte. O excesso de treinos deixou a atleta com perda óssea equivalente a de uma pessoa de 50 anos. Felizmente, ela conseguiu patrocínio da BMG, tem conseguido tratar a lesão, e já voltou aos treinos. No futebol, nosso craque Ronaldo tem todo um histórico de lesões. Quantas vezes nos emocionamos com ele, com seus altos e baixos e exemplos de superação?

6. Falando nas mídias que cobrem o tema, cito o Canal Combate, que tem uma campanha muito legal chamada “Não Brigue, Lute”. Eles entrevistam vários ídolos (atores, cantores, jogadores de futebol, atletas de diferentes áreas, entre outros) que treinam ou acompanham os esportes relacionados ao MMA, reforçando uma mensagem de que a luta, em cima do ringue, tem suas regras e mesmo diante do adversário o lutador tem de ser leal a isso. Na rua, tudo isso perde o sentido, qualquer arte marcial perde sua beleza e seus princípios. Nós, do blog Clube da Luta, engrossamos esse coro. Os atletas de alto nível repudiam qualquer mau uso das artes marciais.

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Bruno Balacó

Jornalista esportivo do Grupo de Comunicação O POVO. Redator do site de esportes do jornal O POVO (Portal Esportes O POVO) e repórter do caderno de esportes do O POVO. Comentarista esportivo da Rádio O POVO/CBN, da TV O POVO e titular blog Gol e do blog Clube da Luta do O POVO Online

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