* Quem digita UFC no Google vê primeiro o link do site oficial do norte-americano Ultimate Fighting Championship, a maior organização de artes marciais mistas (MMA) do mundo. Só depois, o link para a Universidade Federal do Ceará, a principal universidade do Estado e uma das mais importantes do Nordeste, com o sexto maior orçamento dentre as federais do País aparece. A semelhança incomoda quem prefere a Academia ao esporte violento. Mas a UFC prefere não entrar nessa briga.
O reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Jesualdo Farias, anunciou ontem à noite, no programa Vertical S/A, da TV O POVO, que cogita mudar a sigla da instituição para fugir da semelhança. Viraria UFCE.
“Não tem outra forma. Se nós olharmos hoje a configuração das universidades brasileiras, todas usam esta configuração (quatro letras): UFPE (Pernambuco), UFPA (Pará), UFRJ (Rio de Janeiro), então eu acho que é a saída para que possamos estar na primeira linha do Google”, disse ele.
De todo modo, Jesualdo admite que a mudança não seria simples. “É um processo que precisa ser discutido, mas há já um trabalho nesse sentido. É uma briga que a gente está tratando na parte jurídica como resolver”. Segundo ele, a comunidade acadêmica será ouvida. Para ele, a universidade brasileira não tem cuidado muito desse patrimônio. Jesualdo avalia que, “por comodidade”, às vezes não se dá o devido tratamento com relação a resguardar a marca.
Dentro da UFC, disse, há vários outros casos. “Teve laboratório que teve que mudar de nome porque já existia marca registrada e laboratórios que tiveram de mudar de nome porque houve registro depois da sua criação”.
E completou: “além disso, registrar uma marca é um processo burocrático e nem sempre muito barato”. Segundo o reitor, seja UFC ou UFCE, a instituição vai registrar a marca para que no futuro não tenha de passar pela mesma situação.
Durante o programa, o reitor afirmou que o Ceará é o penúltimo colocado no ranking da oferta de vagas de ensino superior público federal por habitantes. O último é São Paulo, mas como lembra Jesualdo, São Paulo baseia o ensino superior em universidades públicas estaduais – como USP e Unicamp. “Assim, somos, de fato, o último em oferta”.
* Texto de Jocélio Leal publicado na edição do jornal O POVO desta quarta-feira (26)