McGregor é falastrão, mas tem qualidade. Foto: UFC/Divulgação

McGregor é falastrão, mas tem qualidade. Foto: UFC/Divulgação

São 17 vitórias no cartel e apenas duas derrotas. Foram cinco vitórias dominantes no UFC. O percurso foi suficiente para conquistar a posição de desafiante ao título do peso-pena, do campeão José Aldo. Estou falando de Conor McGregor, irlandês de Dublin, que se tornou a sensação do Ultimate após uma ascensão meteórica. Além das apresentações dentro do cage, o ídolo da Irlanda cortou caminho e chegou mais rápido à disputa do cinturão através da oratória.

Depois de ter sido anunciado como o próximo adversário do campeão José Aldo, muita gente foi até as redes sociais criticar a escolha do irlandês. Mas por que não Conor? A ascensão meteórica de McGregor nos traz algumas lições a serem aprendidas. Alguns atletas deveriam parar de reclamar por não ter tido uma chance pelo título e ler a cartilha do barbudo de Dublin, de como promover um combate.

1 – Talento. Se não tiver habilidades para vencer adversários, será impossível chegar longe. Todas as vezes que McGregor subiu ao cage do UFC, ele deu show, levantou a torcida e venceu em grande estilo. A última vítima, Dennis Siver, sofreu com os chutes altos e o punch do irlandês. E como chuta fácil esse McGregor, não? Os golpes castigaram o alemão, que foi mais um oponente a beijar a lona diante da nova sensação. Conor tem um excelente controle de distância, é especialista na luta em pé, gosta de nocautear e não foge do infight.

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2 – Sorte. É preciso ter sorte também! A maré jogou a favor do irlandês. Eu entendo as críticas sobre McGregor não ter enfrentado um top 5, como Frankie Edgar, Chad Mendes ou Cub Swanson. Concordo. Mas, o destino quis que Conor surgisse num momento em que a categoria precisava de novos adversários para Aldo. O brasileiro já havia vencido o trio acima. Era hora de renovar, e o barbudo talentoso chegou no melhor momento.

3 – Falastrão. Esse é um dos fatores fundamentais para a ascensão, aliado ao, claro, talento. Não entendo essa chuva de crítica ao falastrão. Falar, brincar e promover um combate estão na cartilha de um grande vendedor de lutas. O UFC gosta disso. As falácias de McGregor atrai, e atrai muita gente. O lance do “trash talk”, que o irlandês faz brilhantemente, foi aceito até pela Nova União, do líder Dedé Pederneiras, treinador de José Aldo e Renan Barão. A equipe se cansou de como estavam tratando Aldo e Barão, que vinham vencendo todos os adversários, mas não tinham o retorno esperado da companhia. Podem perceber que na luta entre Aldo contra Chad Mendes já houve provocação e troca de farpas. Já o ex-campeão do peso-galo, que mandou um recado direto para TJ Dillashaw, ganhou uma nova chance e o duelo é um dos mais aguardados do ano.

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4 – Retorno ao UFC. Conor Mcgregor virou o maior negócio do UFC. Após o ano em baixa do Ultimate, o irlandês surgiu como a grande oportunidade da companhia de fazer dinheiro. O irlandês está arrastando público por onde passa. Os torcedores do seu país são fanáticos e, me desculpem os brasileiros, mas os irlandeses são mais barulhentos e transformam a arena da franquia em um verdadeiro caldeirão. Em seu país, ele se tornou um ídolo nacional. O percurso que o UFC preparou para McGregor foi realizado com muito cuidado para, agora, diante de Aldo, a luta se tornar a mais comentada e aguardada do ano.

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Bruno Balacó

Jornalista esportivo do Grupo de Comunicação O POVO. Redator do site de esportes do jornal O POVO (Portal Esportes O POVO) e repórter do caderno de esportes do O POVO. Comentarista esportivo da Rádio O POVO/CBN, da TV O POVO e titular blog Gol e do blog Clube da Luta do O POVO Online

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