Gegê Pinheiro após nocautear oponente na seletiva do WGP | Foto: Lucas Mota/O POVO

Gegê Pinheiro após nocautear oponente na seletiva do WGP | Foto: Lucas Mota/O POVO

A expressão fechada e o peito estufado são, por vezes, utilizados por lutadores para intimidar seus adversários. Na entrada para lutas, concentração e foco. Mas, o atleta cearense de kickboxing e de muay thai Genilson Pinheiro, conhecido como Gegê, foge à regra. Em vez de intimidação, o jovem de 22 anos da equipe Rinos Top Team prefere a descontração e a brincadeira. Em vez das tradicionais vestimentas, o peso super-ligeiro investe na calça legging cor de rosa.

Foi com esse tom de cor que Genilson apareceu na seletiva do WGP em Fortaleza, realizada na última sexta-feira, 2, no Ginásio da Parangaba. “Sempre lutei de rosa, mas agora inovei na legging. Já vinha treinando de legging, aí inovei na legging rosa”, contou Gegê depois de nocautear o adversário, Bruno Alves, com uma joelhada.

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Até a indicação de “lutem” do árbitro, Gegê prefere a descontração. Mas depois disso, o semblante muda e o oponente vira o alvo a ser derrubado. “Gosto de descontrair, tirar onda, brincar. Não ganho muito dinheiro, mas faço isso porque gosto, me divirto bastante. Mas na hora da luta, o adversário é meu pior inimigo e quero derrubá-lo de qualquer forma, sair vitorioso”, disse.

E quando o assunto é nocautear, Gegê é “expert”. Com 30 lutas de kickboxing e muay thai no currículo, 29 vitórias, 20 delas por nocaute, o atleta costuma aprimorar vários golpes plásticos para superar os adversários. Na seletiva do WGP, por exemplo, o cearense acertou um belo chute rodado na cabeça do oponente, que caiu grogue. O rival resistiu, levantou e voltou para o combate. Na sequência, Genilson aplicou uma joelhada no abdômen e finalizou o ‘show de legging rosa’.

“No treinamento, gosto muito de brincar, faço muitos golpes diferentes. Sempre tento inovar, descontrair, e o adversário nem imagina onde o golpe vai entrar. Estava treinando muito esse golpe (o chute rodado), treinei 50 vezes todos os dias”, explicou.

Nocauteando o crime e as drogas
Quem vê Gegê todo sorridente nos bastidores das lutas, nem imagina que o jovem atleta precisou ‘nocautear’ dois adversários bastante perigosos: o crime e as drogas. Desde os dez anos treinando com o mestre Marcelo Marques, o atleta viu amigos sendo derrotados nos ringues espinhosos das ruas. A cocaína tentou derrubar Gegê, mas a determinação em seguir o caminho da arte marcial o blindou.

“Sempre fui bolsista na academia, meu mestre sempre acompanhou meus estudos para que eu não ficasse nas ruas. Quase entrei no mundo das drogas, muitos amigos entraram, alguns faleceram no mundo do crime. Eu consegui superar pela minha luta, isso me afastou”, relatou o nocauteador.

Ritual com a mãe
O combate pode ser até de madrugada, mas dona Ivonilde, mãe de Gegê, só vai dormir depois que o filho liga. O ritual é repetido em todas as lutas de Genilson. Segundo o atleta, quando um combate acaba, ele desce do ringue e segue direto para o vestuário ligar para dona Ivonilde.

“Minha mãe apoia, nunca proibiu, dá muita força. Ela me ajuda bastante, mas não gosta de ver as lutas, fica com receio do filho dela se machucar. Assim que acabo de lutar, desço e vou ligar. Já teve luta às 2h e ela não dormia porque tinha que esperar eu ligar. É ritual já. Quando chego em casa, minha mãe já deixa uma comidinha pronta”, revelou Gegê que também mora com a irmã, o cunhado e o sobrinho.

Próximo compromisso
Gegê enfrenta Gasparzinho neste sábado, 10, no Poranga Fight, em Poranga, interior do Ceará, em duelo de muay thai.

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Bruno Balacó

Jornalista esportivo do Grupo de Comunicação O POVO. Redator do site de esportes do jornal O POVO (Portal Esportes O POVO) e repórter do caderno de esportes do O POVO. Comentarista esportivo da Rádio O POVO/CBN, da TV O POVO e titular blog Gol e do blog Clube da Luta do O POVO Online

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