Poliana Botelho tem 29 anos e vive a expectativa de fazer sua 2ª luta pelo UFC. Foto: Bruno Balacó/O POVO

Poliana Botelho passou maus bocados até chegar à maior organização de MMA do mundo. Logo após assinar com O UFC, em 2015, ela sofreu com seguidas lesões e teve que esperar dois anos para fazer sua estreia no Ultimate. A longa espera, no entanto, valeu a pena. Na 1ª luta que fez como atleta da divisão peso-palha (até 52kg), a mineira, que é natural de Muriaé, venceu a americana Pearl González, por decisão unânime, em outubro deste ano. Agora, espera estar, daqui pra frente, livre das lesões para fazer o que mais gosta: lutar.

Em meio ao clima de expectativa de um 2018 mais agitado do que foi este ano, Poliana – que mora no Rio de Janeiro e treina com a equipe Nova União – bateu um papo exclusivo com o Blog Clube da Luta.

Na conversa, Poliana falou sobre sua estreia, os planos para a carreira e relembrou a única derrota que ela tem um seu cartel de sete lutas (6 vitórias e 1 derrota), ocorrida justamente para uma atleta cearense: Viviane Sucuri. O duelo ocorreu no Bitetti Combat, em junho de 2014, no Rio de Janeiro. Na ocasião, Sucuri levou a melhor por pontos.

Confira a íntegra do papo com Poliana Botelho:

Clube da Luta: queria que você falasse como foi sua entrada no UFC, depois de tanta ansiedade. Foram dois anos de tantas lesões e você finalmente fez sua estreia.
Poliana Botelho; Fiz minha estreia agora em outubro. Entrei com o pé direito, com essa vitória sobre Pearl González (por decisão unânime dos juízes). Depois de anos parada, com muitas lesões, consegui fazer uma estreia boa. O que vale é que saí com o braço levantado. Chegar lá e mostrar bem o meu trabalho da melhor maneira é tudo que o atleta quer.

Clube da Luta: Quando veremos a Poliana de novo em ação no octógono do UFC?
Poliana: Eu já venho pedindo ao Dedé Perdeneiras, meu técnico, que coloquem para lutar o mais rápido possível, para eu entrar no octógono e trazendo mais uma vitória

Clube da Luta: como você vê a chegada de uma nova categoria no UFC, a divisão peso-mosca feminino. Você é atleta peso-palha, mas veio da categoria peso-mosca. Como você essas possibilidades que o UFC te oferece?
Poliana: A categoria peso-mosca, que tá chegando agora, acredito que seja a categoria mais forte do UFC, porque algumas meninas vão descer de peso, outros vão subir, e isso vai contribuir para que fique uma categoria muito forte. Muito forte entre as mulheres e muito forte tecnicamente. Vai ficar uma categoria muito boa. Dependendo da minha próxima luta, posso ver em qual categoria quero lutar, se a 57kg (peso-mosca) ou 52kg (peso-palha). Vou fechar uma nova luta com o UFC, mas o quero, no momento, é ficar na minha atual categoria, a 52kg.

Clube da Luta: Como você viu a derrota sofrida pela então campeã da sua categoria no UFC, a Joanna. Como você acha que essa derrota dela pode dar uma balançada na categoria?
Poliana: Todo mundo não esperava. Foi um grande susto par todo mundo. Mas, no meu ponto de vista, a Joanna acabou desrespeitando a (Rose) Namajunas, mas acho que foi uma vitória sensacional, espetacular. Entrou um upper ali muito bem dado pela Rose. Ela fez um jogo muito bacana, de entra e saí, que eu também gosto muito de fazer, deu certo. Não deu para a Joanna.

Clube da Luta: Quem você quer enfrentar na próxima luta? Você chegou a fazer um desafio para a Page VanZant. Quem seria interessante pra você?
Poliana: Fiz um desafio para enfrentar a Page, mas não tenho nada contra ela. Só queria enfrentar ela mesmo. Estamos na mesma categoria e acredito que dê para a gente lutar. Mas eu não tô em posição de pedir nada para o UFC. Falei mais brincando ali. Fiquei dois anos parada, sem lutar. Então, quem eles colocarem ali eu vou estar bem preparada e treinar para sair para ganhar e sair o braço levantado.

Clube da Luta: teu cartel só conta com uma derrota, justamente para uma atleta aqui do Ceará, a Viviane Sucuri? O que essa derrota significou na tua carreira? O que ficou aprendizado desse teu único revés?
Poliana: Eu acho que toda luta a gente tira um aprendizado. E uma derrota a gente aprende muito com derrota. Eu tinha acabado de entrar na Nova União. Tinha só um mês na equipe. Eu vinha de Munhiaé-MG e não treinava nem wrestling e nem jiu-jitsu. Então, eu tinha essa parte bem fraca ainda. Então, na luta, dei um direto nela. Ela veio meio bamba. Ela viu que não dava na trocação. Então, ela fez o jogo de agarrar, agarrar. Ela viu que eu tinha uma deficiência ali e foi onde ela manteve a luta. Foi onde ela acabou levando. Realmente, vitória dela. Mas é como eu falei: com a derrota a gente aprende muito mais do que com a vitória. Foi mérito dela e acabou campeã do torneio.

Clube da Luta: O que podemos esperar da Poliana em 2018?
Poliana: Se Deus quiser, vai ser um ano de muitas vitórias, com o braço muito levantado em várias lutas. Espero fazer três lutas. Não sei se vai possível, mas espero fazer essas três lutas. E como eu falo: vou dar o melhor de mim e Poliana Botelho de volta com força total.

*A entrevista com Poliana Botelho ocorreu após a palestra que ela concedeu na abertura da 10ª edição do Encontro Nacional de Editores, Colunistas, Repórteres e Blogueiros (Enecob), realizado em novembro deste ano, em Brasília. O blogueiro acompanhou o evento a convite da organização. 

About the Author

Bruno Balacó

Jornalista esportivo do Grupo de Comunicação O POVO. Redator do site de esportes do jornal O POVO (Portal Esportes O POVO) e repórter do caderno de esportes do O POVO. Comentarista esportivo da Rádio O POVO/CBN, da TV O POVO e titular blog Gol e do blog Clube da Luta do O POVO Online

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