Pela primeira vez no Brasil, Mario Canonge (foto de Beto Figueiroa) mexeu e remexeu com o público que acompanhou o show na Igreja da Sé de Olinda. Encerrando a programação da segunda noite da Mostra Internacional de Música em Olinda, o pianista da Martinica apresentou durante duas horas uma mistura de ritmos dançantes que contagiou a plateia. Acompanhado pelo baixista Linley Marthe e pelo baterista Chander Sardjoe, Mario primou pelos sons latinos, abrindo um espaço para um fraseado de Chovendo na Roseira de Tom Jobim. Mesmo sendo um Conhecedor da música brasileira, o pianista focou em composições próprias e não fez feio. Botou o público para acompanhar alguns vocalizes e dançar. Em alguns momentos a bateria parecia engolir o som do piano, mas Mario passeou com seu piano entre levadas doces e batidas quentes e voltava a despontar no arranjo. Foi impressionante ver sua técnica sem afetaão e a interação com a plateia, sem falar uma palavra em português. Na coletiva com a imprensa, o pianista contou que sabia da boa fama do público brasileiro. Em um momento intimista, amplificado pela iluminação azulada, ele mostrou somente ao piano a beleza avassaladora de suas composições. Seguindo para apresentações pela América Latina, Mario se prepara para voltar à França, onde mora, para gravar mais um disco.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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