Simone não estava se sentindo bem na noite do último sábado quando se apresentou para quase duas mil pessoas na casa de show Boulevard, em Natal (RN), um misto de Siará Hall com Ginásio Paulo Sarasate. Um simples peixe, sem nenhum tempero, acabou lhe trazendo problemas. Mas, ao subir no palco, ninguém percebeu. De calça e blusa branca, decoradas com muito brilho, ela regeu por quase duas horas um público feliz, formado basicamente por casais. O show, da turnê Em boa companhia, mistura sucessos de várias fases da cantora com canções inéditas na sua voz. Tô que tô, Lá vem a baiana, Ive Brussel, Perigosa são só algumas das 24 músicas que ela mostrou naquela noite. Mudando o roteiro, como costuma fazer, ela acrescentou Alma, em versão mais contida e mais emocionada, Encontros e despedidas e Verdade, sambão que levantou o público na despedida. Íntima dos palcos há 37 anos, Simone esbanja boa forma e simpatia com o público que responde na mesma medida com lágrimas e risos. Ninguém percebeu também que ela fazia o show sem o apoio do retorno. “Essa próxima música é sobre amor. Sobre ‘tésão’ pela vida e por aquela coisa que nordestino faz como ninguém”, soltou em tom maroto antes de receber mais uma saraivada de palmas. Antes de ir embora, distribui rosas brancas para o público que partiu com saudade do que tinha acabado de ver.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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