Este jovem senhor presente na foto acima é ninguém menos que uma lenda do rock mundial. Lou Reed é um novaiorquino, nascido no Brooklyn, de 68 anos que lá pelo finzinho dos dos 60, integrou a banda Velvet Undergound, onde tocava guitarra e letrava canções tendo sendo um lado marginal como ponto de partida. Em I’m waiting for the man, por exemplo, ele diz: “Estou esperando o cara/ Vinte e seis dólares na mão/ Doente e sujo, me sentindo mais morto do que vivo/ (…) Ele tem lábia e te faz provar o doce”. De passagem pelo Brasil no mês passado, ele veio lançar Atravessando o fogo, compilação de 310 letras traduzidas por Christian Schwartz e Caetano Galindo. Muito bem editado pela Companhia das Letras, o belo livro de dorço laranja traz as composições separadas por época e disco, e as versões originais em inglês, para quem quiser conhecer as palavras do próprio Reed. Além de lançar Atravessar o Fogo, Reed também fez, sem muito sucesso, dois shows em São Paulo. Acompanhado do seu projeto instrumental Metal Machine Trio, ele fez um show que, segundo o Estadão, “não tem melodias, não tem padrões e se trata, basicamente, de um punhado de ruídos e distorções”. Resultado: algumas dezenas de pessoas deixaram o Sesc Pinheiros e foram pra casa ouvir Velvet Underground. Tudo bem, com letra ou sem letra, Atravessar o Fogo é uma dica legal de Natal do DISCOGRAFIA pra quem gosta de poesia setentista da melhor qualidade.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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