O líder, guitarrista, vocalista e principal compositor dos Paralamas do Sucesso chega hoje aos seus 50 anos. Paraibano de João Pessoa, Herbert Vianna segue sua carreira, que já já chega aos 30 anos, carregando o status de ser um dos grandes nomes da música popular brasileira. Um dos motivos para isso é que de fato sua música é popular e brasileira. Mesmo que tenha se projetado dentro do mais americano dos estilos, o rock, ele sempre soube dar ao seu repertório o molho latino ideal pra fazer muita gente rebolar. Filho de militares, ele era pequeno quando mudou-se para a Brasília e viu nascer um movimento que iria trazer à tona o punk de Brasília. Foi lá também que Herbert conheceu o amigo Felipe Ribeiro, o Bi, e o convenceu a aprender um instrumento. Herbert já arranhava uma guitarra. Bi tentou o baixo. Nascia aí embrião dos Paralamas do Sucesso. Num primeiro momento, ter uma banda de rock ainda se limitava às festinhas de amigos. Como já comum na vida do garoto, houve uma mudança, dessa vez para o Rio. Chegando na Cidade Maravilhosa, ele teve feliz coincidência de reencontrar o amigo Bi e voltar a conversar sobre aquele sonho adolescente de cantar pelo Brasil. No começo, as baquetas foram entregues ao amigo Vital Dias, que certa vez faltou a um show e foi substituído pelo mestre de mãos gigantes João Barone. Era o que faltava para fechar o triângulo. Daí eles seguiram juntos acumulando sucessos. Hipnotizaram a plateia do Festival de Montreux, apresentaram a até então desconhecida Legião Urbana para a EMI, enfrentaram o primeiro Rock in Rio, solidificaram o reggae no Brasil e redescobriram a America Latina. Conhecido pelo som ensolarado, o trio que foi estourar no Rio de Janeiro soube ser crítico e triste também, em alguns momentos. Herbert mesmo já declarou que compunha melhor na tristeza. Em 2001, o músico perdeu a mulher Lucy e ficou paraplégico por conta de um acidente enquanto sobrevoava a praia de Mangaratiba, no Rio de Janeiro. O que era uma tristeza profunda para fãs, amigos e parentes, transformou-se em muita alegria ao ver que ele iria voltar ao posto que o consagrou. O retorno começou em uma apresentação do reggae Bi, projeto paralelo de Bi Ribeiro. Depois foi no disco Programa, do amigo Lulu Santos. Passaram 10 anos e a banda está de volta, completa e viajando. Um alívio pra quem concorda que a vida não é filme.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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