Já se vão mais de 10 anos desde que a mineira Ana Carolina invadiu as rádios com o rock Garganta. Presente no disco que trazia somente seu nome na capa, o desabafo escrito pelo gaúcho Antonio Villeroy veio na medida pra apresentar a voz poderosa da cantora então recém apadrinhada por Luciana de Moraes. Foi a filha do Poetinha quem deu o empurrão necessário para que ela começasse a conquistar intérpretes e fãs pelo Brasil com uma série de sucessos falando de amor.

Esses sucessos serão apresentados juntos no show Sucessos, que ela apresenta esta noite no Siará Hall. Acompanhada por Pedro Baby (guitarra), Marcelo Costa (bateria), Leonardo Reis (percussão), Danilo Andrade (teclados) e André Rodrigues (baixo), Ana vai comandar a plateia com um desfile do seu hit parade. “Neste show de sucessos, a montagem é fácil. Escolhi as canções mais executadas e pedidas nestes 10 anos de carreira e toco. Simples assim”, explica ela, sem muita modéstia, em entrevista por email pontuada por muitos “rs” e “kkkk”.

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O motivo destes risos de Ana Carolina não é segredo. Em 10 dez anos, são cinco discos de estúdio, três ao vivo, cinco DVDs, canções de sucesso e encontros preciosos com Zizi Possi, Chico Buarque, Maria Bethânia, John Legend, Gal Costa, Seu Jorge e outros que, segundo ela própria, sempre foram “muito generosos”. Um dos últimos desses encontros foi com o violonista carioca Guinga. Juntos, eles escreveram Leveza da Valsa registrada para a trilha do filme Meu país, de André Ristum. “Esta parceria está entre as coisas mais importantes que fiz musicalmente em toda a minha carreira”, comemora a cantora que ainda não sabe se pretende se vai lançar a música na sua discografia.

O encontro com Guinga teve um sabor a mais para esta mineira nascida há 36 anos em Juiz de Fora. Ana, que também é uma exímia violonista, tem o carioca como um dos seus gurus no instrumento. Mas, quando o assunto é compor, a fonte de inspiração é quase uma unanimidade. “Me inspiro ouvindo músicas de grandes compositores. Seria injusto só citar alguns, mas com certeza Chico Buarque está nessa”. E ela, que prefere tocar do que compor, já tem planos para gravar um disco apenas como intérprete.

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Por falar em referências, além de cantar, tocar e compor, Ana Carolina, desde 2002, acumula uma nova ocupação: a de pintora. “Comecei a pintar para ouvir música. Hoje é ao contrário, escuto música para pintar”, explica ela que recentemente assistiu uma exposição do artista americano George Condo, responsável pela capa do disco My Beautiful Dark Twisted Fantasy, de Kanye West. Fã ainda de Picasso e Van Gogh, Ana já montou um show que também é exposição para suas telas. De tons pasteis, Ensaio das Cores traz uma mistura de composições próprias com Caetano Veloso (Raí das Cores) e Djavan (Azul) num repertório mais contido, que estreou ano passado em São Paulo, com as telas de Ana decorando o palco.

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Sem planos de registrar o novo show, ela prefere manter segredo sobre o que virá após seu último, lançamento, o Multishow Registro: Ana Car9lina + um, de 2009. ainda assim, numa autoavaliação sobre essa primeira década de carreira, Ana Carolina se diz satisfeita com o que ganhou. “A experiência é a melhor coisa que um ser humano pode ter. Mais nada é importante”, confirma sem meias palavras.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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