As feições mudaram bastante de algumas décadas pra cá. Os cabelos ganharam um tom grisalho, uma barriguinha começou a se pronunciar e o figurino ganhou tons com menos cores e brilhos. Ainda assim, o som do Kool And The Gang continua afiado. Sobreviventes da cena discoteque das décadas de 1960 e 1970, eles se mantém na estrada com sua mistura de soul, funk, jazz e r&b.

Pela segunda vez no Brasil, o grupo está desde o final de abril em terras tropicais e já passou por São Paulo, Curitiba, Ribeirão Preto, Belém, Manaus e encerra a turnê verde e amarela em Fortaleza, esta noite, no Ideal Clube. Invertendo a ordem, em 2008 eles começaram pelo Ceará. Formada por Dennis Thomas, George Brown, Robert Kool Bell e Ronald Khalis Bell, a banda garante que mantém no palco o ritmo e a batida em sucessos como Get down on it e Jungle Boogie.

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A relação do grupo com o Brasil, na verdade, data de bem antes. Em 1978, eles contaram com o músico brasileiro Eumir Deodato à frente da produção de singles que se tornaram clássicos das pistas, como Celebration e Ladies Night. Hoje dono de uma discografia que ultrapassa 450 títulos (entre músico, produtor e arranjador), Deodato tem no currículo trabalhos com Frank Sinatra, Elis Regina, Milton Nascimento e Aretha Franklin. Com o apoio do carioca, o Kool and The Gang chegou aos 70 milhões de cópias vendidas e chegou aos primeiros postos nas paradas de sucessos.

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História

Idealizado em 1964 pelos irmãos Robert e Ronald Bell, eles se chamaram The Iazziacs, The New Dimensions, The Soul Town Band e Kool & The Flames antes de chegarem ao nome definitivo. Antes de estrearem em disco em 1969, a dupla havia convidado os amigos Robert “Spike” Mickens, Dennis “DeeTee” Thomas, Ricky Westfield, George Brown e Charles Smith para fecharem a primeira formação do Kool and The Gang. Todos eles, jovens músicos e amigos de bairro em Jersey City, pequena cidade perto do Rio Hudson.

No começo, a proposta era ser um grupo instrumental de jazz puro. No entanto, não tardou para eles acrescentassem o molho funk que marcaria definitivamente o som da banda e gerasse sucessos como Funky man, I want to take you higher e Open Sesame, que entrou para a trilha sonora de Os embalos de sábado a noite. Se nos anos 1980 eles mantiveram o ritmo das apresentações, os 90 ficaram marcados por uma amornada diante da concorrência com o hip hop e rap.

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Depois de uma serie de modificações na formação, saída de músicos e a morte de Ricky West e Charles, o Kool and The Gang se reestruturou e gravou um DVD no lendário House of the Blues. Em seguida veio o tributo The Hits: Reloaded, com a presença da nova geração de músicos como Jamiroquai, Lisa Stansfield, Lil ‘Kim e Ashanti. Já que o último disco deles foi Still Kool, de 2007, os planos da banda agora é retribuir a homenagem convidando essa nova geração para um disco de duetos. Programado para setembro, o novo trabalho já conta com a presença do Black Eyed Peas.

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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