Por Camila Holanda (
A cena musical independente do Brasil ganha um novo disco. Karina Buhr lançou e disponibilizou Longe de onde para download em seu site oficial. É o segundo trabalho solo da artista e traz onze composições cheias de malemolência, arrastando o ouvinte para um universo, digamos, transcendental. Em novembro e dezembro haverá shows para o lançamento do disco. Na rota, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre e Campinas. Bem que Fortaleza poderia ser inclusa.
As ligações com a cultura pernambucana são evidentes, devido à criação que a baiana Karina teve em Recife, além de elementos da cultura pop e do rock. Muita guitarra e percussão em cima de letras bem elaboradas e maduras também marcam as composições do novo disco.
Karina sabe bem manipular as palavras e casar com os arranjos feitos em parceria com o grupo de músicos que trabalha com ela. Neste trabalho, destaque para a participação na guitarra do cearense Fernando Catatau, integrante da banda Cidadão Instigado. Além dele, participam os músicos Bruno Buarque, Mau, André Lima, Guizado, Edgard Scandurra, Otávio Ortega e Guilherme Calzavara.
Cara palavra é a primeira faixa do disco e é a única a ter videoclipe, até agora. As imagens foram gravadas no Marrocos, em um lugar que parece ser uma feira. O disco todo é uma viagem incomum, e a ausência de linearidade temática encanta. Copo de veneno carrega um tom pessimista, mas logo em seguida é quebrado por Amor brando, expondo um sentimento delicado, por meio da suavidade de letra e guitarra.
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=-wAffc_unUE[/youtube]A vida artística de Karina Buhr precede a carreira solo. Em 1994, integrava o maracatu Piaba de Ouro, na Bahia, e, depois, participou do Estrela Brilhante. Em Pernambuco de 1997, tomou a frente do grupo Comadre Fulozinha, que lançou três discos e teve as ilustrações dos encartes assinadas por ela. Ainda atuou em outros grupos, como Eddie, Bonsucesso Samba Clube, DJ Dolores, Véio Mangaba e suas Pastoras Endiabradas, além de trabalhos no teatro e na dança.
A bagagem cultural multifacetada permite que Karina Buhr faça experimentações em cima e fora do palco. Desde a ousada maquiagem às performances particulares. Uma palavra define o que ela faz: arte.
Descobri Karina Buhr por acaso na net, apesar de que já tinha ouvido falar nela. Mas não por acaso continuo a ouvi-la. Ela tem um estilo próprio que acrescenta algo de muito bom a musica brasileira; e não é só seu sotaque pernambuco que marca esse estilo, mas suas composições cortantes e um som meio que traz uma fúria, uma crítica (ao que?)… Não sei bem, talvez a maneira meio burra de se viver sem aproveitar os momentos como deveriam ser aproveitados. Sem nos propormos refletir, questionar…
Muito legal essa matéria sobre Karina Buhr, apesar de conter várias informações equivocadas a seu respeito: Ela não é Baiana, o Maracatu Piaba de Ouro não é da Bahia, enfim todos são de Pernambuco.
Oi, Souto,
Não foi um equívoco, A Karina Buhr é mesmo baiana, de Salvador. Ela só foi morar em Recife aos 8 anos de idade. Obrigado pelo contato.