Por Julia Lopes (@julialopesss)

Muitos filhos pródigos do Ceará se espalham mundo afora, e a volta é sempre festiva. Como acontece agora: o músico Cistiano Pinho (guitarrista, violonista, rabequeiro, compositor e arranjador) volta aos palcos da cidade. Apesar de não se ausentar por muito tempo, dessa vez Cristiano (Fotos de Larissa Freitas) marca a passagem de forma incisiva, apresentando dois shows na Cidade. Uma das apresentações acontece no Salão das Ilusões e outra no Teatro Sesc Emiliano Queiroz.

Assim como os espaços, os shows também têm suas particularidades. Hoje, por exemplo, Cristiano parte de uma pegada mais autoral – que pode ser vista nos discos Pessoa, direto dos anos 90, e Cortejo, esse mais recente, de 2010. “Para o show de hoje, eu preparei um formato diferente, uma estrutura menor. Lá não é grande, é um salão, então preparei um repertório adequado”, contou ele na manhã de ontem, por telefone.

“E são músicas que a gente não tem muita oportunidade de tocar”, especifica Cristiano. Isso quer dizer canções principalmente do segundo disco, mas vai além: podem surgir desde John Lennon (com a promessa da canção Yer blues) a Bob Marley, representado por Is this love e I shot the sheriff. “Vai ser mais livre, que transita por outras referências”. O lugar, por sua estrutura, permite mais proximidade, mais calor e troca com o público.

Nessa noite o encontro começa às 20 horas e 30 minutos. O de amanhã se inicia um pouco mais cedo, às 20 horas. Aqui muda o cenário, muda o repertório também, mais concentrado no último disco. “Eu apresentei esse show aqui em 2010 mesmo, no Dragão do Mar (por duas vezes), em Natal e em Brasília. E tenho tido uma resposta muito positiva das pessoas”, conta. Hoje e amanhã, acompanham os músicos Marcos Vinnie (teclados), Miqueias dos Santos (contrabaixo) e Denilson Lopes (bateria).

Quase todo instrumental, Cortejo quebra a própria regra na última faixa, com A Lenda do Capineiro. É a surpresa do disco, na voz de Fagner. “É uma representante do cancioneiro popular, música de domínio público”, fala o músico. Fagner é companheiro de palco de longa data, assim como Fausto Nilo e Kátia Freitas. A cantora, aliás, prepara o terceiro disco, com participação também de Cristiano.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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