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Depois de tanta expectativa, enfim, Chico Buarque chegou a Fortaleza para apresentar sua nova turnê. O anúncio das apresentações que acontecem hoje (25) e amanhã (26) no Siará Hall chegou há mais de um mês junto com a notícia de que o cantor não daria entrevistas. O máximo seria um breve encontro para que os veículos pudessem tirar suas próprias fotos ou filmarem o astro.

Esse encontro aconteceu ontem no mesmo local da apresentação. Num clima de grande ansiedade, a plateia diminuta esperava o momento que o cantor permitiria a entrada dos fotógrafos e cinegrafistas. E olha que seriam só duas músicas. A informação de que na Bahia Chico desceu e conversou mais de perto com os presentes só aumentou a curiosidade sobre o que iria acontecer nos próximos momentos. Com cerca de 10 minutos de atraso, a casa abriu as portas para aquele punhado de gente que teria um encontro mais íntimo, embora breve, com um dos nomes mais importantes da Cultura brasileira.

Vestido de preto dos pés à cabeça, mesmo figurino da apresentação de logo mais, Chico entra brincando com os músicos. Compenetrado, ele vem até a beira do palco, dá tchauzinho e alguns “boa noite”. Troca palavras com um e outro, e logo vai para trás do seu microfone. Ajustando volumes e posições, ele está cercado de Luiz Claudio Ramos (violão e arranjos), João Rebouças (piano), Bia Paes Leme (teclados e vocais), Wilson das Neves (bateria), Chico Batera (percussão), Jorge Helder (contrabaixo) e Marcelo Bernardes (flauta e sopros).

Na turnê Chico, o compositor enfilera 27 canções dos seus quase 50 anos de carreira. Há ainda espaço para Tereza da Praia, bossa de Billy Blanco e Tom Jobim lançada por Dick Farney e Lúcio Alves. Para sua apresentação, Chico convida Wilson das Neves para um dueto. A politizada Cálice também ganha uma releitura atualizada com o acréscimo de versos escritos pelo rapper paulistano Criolo. As demais são os sucessos e “lados B” que o público tanto gosta, como Anos Dourados, A violeira e Todo o sentimento. O recente disco Chico, lançado em 2011, aparece quase inteiro (somente Barafunda ficou de fora).

Mas, para o pocket show de ontem, eram só duas. Com sua simplicidade e seriedade, Chico Buarque colocou o violão no pescoço e foi surpreendido com um choque ao tocar nas cordas. Nada grave, ele logo partiu para as primeiras notas da recente Tipo um baião. Num crescendo, a banda vai entrando e também mostrando seu serviço. Finda a primeira, uma salva de palmas com quem estava ali, e ele sentou num banquinho para começar Sob medida. Com os doces versos escritos em voz feminina, o cantor dos olhos ardósia encerra sua participação e parte sem dar boa noite. Ou seja, Chico Buarque agora só á noite, quando será pra valer.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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