Blitz, banda pioneira do rock dos anos 80, faz em 2012 seus 30 anos de estrada. Sempre liderada pelo carioquíssimo Evandro Mesquita, o combo músico-circense se manteve vivo, mesmo que fora do sucesso midiático. Hoje com 10 discos lançados, a trupe segue compondo e tocando clássicos eternos como Você não soube me amar, Vai vai love e A dois passos do paraíso. Na última passagem da banda por Fortaleza, Evandro conversou com o DISCOGRAFIA sobre sua história e seus planos para o futuro. Vale acompanhar.

DISCOGRAFIA – A Blitz está completando 30 anos de estrada. O que mais mudou na banda desde a primeira formação clássica para a atual?

Evandro Mesquita – Somos melhores músicos e como seres humanos também. A experiência dessa turnê sem fim tem sido maravilhosa. A geração que acompanhou tudo comparece e os jovens descobrem na internet e discos dos pais e irmãos mais velhos também oxigena a banda e nos faz querer sempre mais.

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DISCOGRAFIA – E no seu modo de compor, o que mudou com o passar dos anos?

Evandro Mesquita – Melhores condições pra gravar e um olhar mais experiente e crítico da realidade sem perder o humor e amor em fazer música.

DISCOGRAFIA – Mesmo já tendo feito discos solos, você nunca deixou de ser a cara da Blitz. Qual é o peso dessa responsabilidade pra você? E o que a Blitz representa pra você?

Evandro Mesquita – Sempre fui um cara da turma, de time de futebol, de amigos e parceiros… É assim que gosto de trabalhar e na Blitz não sinto como um trabalho… O prazer de estar na estrada ainda é grande. Blitz está tatuada na minha alma e atualmente é o que me dá mais prazer em manter essa chama acesa.

DISCOGRAFIA – Tem vontade de lançar um outro trabalho solo?

Evandro Mesquita – Tem uma banda de cover dos anos 70, músicas e músicos de longa data que me satisfaz plenamente com a Blitz.

DISCOGRAFIA – O rock dos anos 80 parece nunca sair de moda no Brasil. O que era o melhor daquela época?

Evandro Mesquita – A descoberta, a tomada de um espaço que era vetado para nós. “Jovens” não tinham voz nem vez e graças ao estrondoso sucesso da Blitz outras bandas puderam gravar. Apesar da ditadura, a liberdade era uma bandeira pra se lutar.

DISCOGRAFIA – Muitas bandas daquela geração ou voltaram depois de um tempo ou mantém uma carreira sólida desde então. Como é a relação da Blitz com outras bandas ou músicos daquela época?

Evandro Mesquita – Boa… Mas a correria nos faz ter mais contato com uns e outros e alguns encontros em aeroportos e adjacências.

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DISCOGRAFIA – Parece difícil desvencilhar a carreira atual da Blitz com festas que remetem aos clássicos do passado, caso desta em Fortaleza (Amnésia). Como você vê isso?

Evandro Mesquita – Quero ver do palco. é bom fazer parte de uma época sempre celebrada com carinho pelas pessoas..

DISCOGRAFIA – Incomoda?

Evandro Mesquita – Só quem tem inveja. Pra mim tanto faz o nome da festa. Vou fazer o que mais gosto e arrebentar. Essa formação está junta há uns sete anos e é a melhor formação. Entre músicos e equipe técnica.

DISCOGRAFIA – Lembrando toda a carreira da banda, qual o disco que você mais gosta?

Evandro Mesquita – Gosto sempre do mais recente e do próximo que estamos começando a rabiscar. Além, é claro, do primeiro, que foi nosso cartão de vistas detonando o lixo estrangeiro que tocava nas rádios. E mexer com tudo isso foi emocionante.

DISCOGRAFIA – Logo depois do disco Blitz 3, uma discussão interna afastou a vocalista Márcia Bulcão. Como é sua relação hoje com ela e com os outros ex-integrantes da Blitz?

Evandro Mesquita – Minha relação é com os músicos que estão com a gente agora. Gosto muito da Fernanda (Abreu) e do Lobão.

DISCOGRAFIA – Qual foi o momento mais marcante destes 30 anos de carreira?

Evandro Mesquita – Circo Voador (no Arpoador), Rock In Rio, Praça da Apoteose com Orquestra Sinfônica e ano passado no Japão foi emocionante estar do outro lado do mundo cantando músicas que foram compostas há 30 anos e ainda emocionam pessoas. Isso prova o que venho dizendo: música boa não tem prazo de validade.

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DISCOGRAFIA – Existe alguma coisa que a Blitz fez que hoje você se arrependa?

Evandro Mesquita – Um pouco o especial que a Globo fez “Blitz contra o Gênio do Mal”. Achei infantilóide. Como somos uma banda autoral, foi difícil fazer uma coisa que outras pessoas achavam que nós éramos. Mas a vida segue.

DISCOGRAFIA – Quais são os novos planos da Blitz?

Evandro Mesquita – Novo disco, um documentário sobre os 30 anos, 30 shows grandes em grandes lugares, um livro de fotos com DVD encartado, editado e sonorizado por mim. Lançamos também um APP para Ipad, Iphone e Android, chamado Blitz Official que é free e continuar alimentando nosso site, que tem como gerente e síndico o Noé, aqui de Fortaleza e as redes sociais (@evandromesquita, @realblitz). O facebook não entro muito, mas coloco fotos e fatos.

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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