Em 16 de junho de 2011, Fortaleza recebeu o cantor, compositor e guitarrista norte-americano John Pizzarelli para uma apresentação única no Teatro do Shopping Via Sul. Aos 51 anos, o internacionalmente elogiado músico aumentou sua base de fãs ao proporcionar refino, virtuose, delicadeza e extremo bom gosto ao longo de pouco mais de uma hora de música. Abrindo ainda espaço para brincadeiras sobre o verdadeiro sentido da palavra saudade e imitações de ídolos díspares como Bee Gees e João Gilberto, ele saiu daqui já com um convite para voltar.

Esse retorno, enfim, acontece cerca de um ano depois, mais precisamente esta noite. O local escolhido para a apresentação é o mesmo de um ano atrás, o Teatro do Via Sul. “Eu lembro da ótima energia do público, do show esplêndido e das caipirinhas que tinham no camarim”, comenta o músico em entrevista por email. Sem perder o bom humor, Pizzarelli vem agora para apresentar as canções do seu novo disco, Double exposure, lançado em maio deste ano. Ao seu lado, está a banda formada por seu irmão Martin Pizzarelli (baixo acústico) além de Larry Fuller (piano) e Tony Tedesco (bateria).

Depois da Bossa Nova, de Beatles e Nat King Cole, este novo trabalho do músico faz um passeio pelas praias ensolaradas do pop e do rock. “Eu selecionei canções que eu cresci ouvindo com artistas que eu adoro”, conta ele citando seus preferidos. Entre sucessos e canções mais obscuras, o repertório de Double exposure deu uma roupagem, ainda mais elegante e sofisticada para canções como Harvest moon (Neil Young), In memory of Elizabeth Reed (Allman Brothers) e Free man in Paris (Joni Mitchell). Fã incondicional de João Gilberto, Pizzarelli ainda jogou um banho Bossa Nova por cima de Rosalinda’s eyes (Billy Joel).

Além do baiano, Pizzarelli também é um beatlemaníano assumido e até dedicou à banda inglesa um tributo em 1998. Agora, em 2012, ele volta a ter um duplo contato com o Fab Four. Além de ter gravado I feel fine em Double exposure, foi ele o responsável pelas guitarras de Kisses on the botton, último disco de Paul McCartney. Contando ainda com participações de Diana Krall, Eric Clapton, Stevie Wonder e Bucky Pizzarelli, pai de John, Kisses… ainda renderá um DVD, previsto para novembro. Sobre gravar ao lado de Sir Paul, ele comenta: “Foi incrível. Ele é um homem muito amável e gentil, com uma grande percepção musical e muito senso de humor”.

Mas, assim, como os sons que vêm de Liverpool, o Brasil também tem seu lugar cativo na vida do americano. Além de ser presença constante nos palcos tropicais, ele conta que agora tem incluído o Chorinho numa lista de preferências que já incluía Elis Regina, Djavan e outros. Saindo da música, ele completa: “Eu gosto da alegria que vejo nas pessoas do Brasil. Também a forma como a música está na vida das pessoas e o quanto elas são orgulhosas dos seus jogadores de futebol e músicos”. Sobre sua passagem por Fortaleza, infelizmente o tempo não permitiu muita coisa, mas foi possível pelo menos ver o mar pela janela do hotel. “É mesmo muito bonito”, elogia ele dizendo o que espera para este retorno à Cidade: “Mais do mesmo, diversão, música e amor”.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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