Viagem criativa da banda mineira Pato Fu, o disco Música de Brinquedo volta este fim de semana a Fortaleza, dentro da programação do SESI Bonecos do Mundo. A apresentação gratuita acontece amanhã, às 20h30, no Dragão do Mar e tem a participação cênica do grupo Giramundo. Pra quem ainda não conhece, o show Música de Brinquedo traz sucessos do quarteto e canções de outros autores interpretadas somente com o acompanhamento de instrumentos infantis. Por email, a vocalista do Pato Fu Fernanda Takai conversou com o DISCOGRAFIA sobre a apresentação e sobre os futoros projetos do grupo. Acompanhe.

DISCOGRAFIA – Já faz parte da história do Pato Fu ficar buscando inovações e “brincadeiras” para o próprio som. Ainda assim, como os demais membros da banda receberam essa ideia do John de gravar um disco com instrumentos de brinquedos?

Fernanda Takai – Essa ideia tivemos juntos em 1996, eu e John, mas deixamos guardada para um momento mais adequado. Naquela época o Pato Fu estava lançando seu terceiro disco apenas. Queríamos construir uma discografia sólida antes. Depois em 2003, nasceu a Nina e voltamos a pensar num disco dessa natureza com mais força. Todos foram muito simpáticos à ela, embora soubessem que ia dar trabalhado.

DISCOGRAFIA – Apesar de ser gravado com instrumentos infantis, o repertório do disco é bem adulto. O que vocês mais queriam quando pensaram nesse projeto?

Fernanda Takai – Queríamos que o disco não tivesse só uma camada de entendimento e graça. Era importante que todas as idades se divertissem com a sonoridade e a identificação do adultos fosse pelo lado emocional do repertório, claro. Buscamos canções que a gente mesmo gostava muito e com certeza mexesse com  a memória afetiva de todos. As crianças se identificaram com as vozes das crianças que cantam de um jeito bem natural. No show temos os monstros cantando com a voz natural de monstro…

DISCOGRAFIA – Já vão mais de dois anos desde o lançamento do disco. Que balanço vocês fazem dessa turnê? Pensam em voltar a gravar com instrumentos de brinquedo algum dia?

Fernanda Takai – Não é muito do feitio do Pato Fu ficar fazendo sequências óbvias de trabalhos que dão certo. Tentamos nos surpreender a cada etapa de trabalho. Acho que este show viverá para sempre, sendo apresentado vez por outra, aqui ou ali. Mas a gente parte para outro momento. Acredito que o Música de Brinquedo vire um clássico desses que nunca vão deixar se ser um bom presente para as gerações futuras.

DISCOGRAFIA – Imagino que a lista inicial de músicas para o Música de Brinquedo fosse enorme, até vocês irem cortando e chegando ao resultado final. Alguma coisa chegou a ser gravada, mas não lançada? Se sim, onde estão esses registros? Algum dia eles podem ser lançados?

Fernanda Takai – Não fizemos uma lista muito longa não. Fomos bem objetivos nas escolhas e não chegamos a gravar faixas que não entraram. O que fizemos foram versões de algumas de nossas músicas que entraram no show e foram registradas no DVD e CD ao vivo.

DISCOGRAFIA – Falando especificamente da sua carreira solo, você tem plano de lançar um novo disco? Depois de dois lançamentos tão elogiados, o que tem vontade de fazer?

Fernanda Takai – Não penso em lançar outro álbum solo no momento. Acabo de fazer um disco de inéditas com o Andy Summers e meu próximo compromisso musical para o ano que vem é com a minha banda.

DISCOGRAFIA – Queria que você falasse sobre a parceria com o Giramundo.

Fernanda Takai – Temos feito coisas juntos desde o nosso primeiro disco em 1993! Eles participaram do lançamento. Desde essa época temos acompanhado de perto o trabalho um do outro. Eles são incrivelmente talentosos e nos damos muito bem! Quando vimos que não daria pra levar as crianças pra estrada, pedimos ajuda a eles e os monstros cantores acabaram sendo as estrelas do show.

DISCOGRAFIA – Já existe plano para o novo disco do Pato Fu?

Fernanda Takai – Sim, mas os planos são um pouco secretos… Aguardem!

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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