Vanessa da Mata_3_Marcos Hermes_baixaO material enviado para a imprensa sobre Segue o som, novo disco de Venessa da Mata inclui uma longa carta assinada pela cantora sobre o trabalho. Seleção de repertório, processo gravação e parceria com os produtores são alguns assuntos. São muitas folhas em que ela encerra comentando faixa a faixa o seu trabalho. Acompanhe a seguir alguns trechos dessas palavras.

1. Toda humanidade nasce de uma mulher – A primeira impressão que tive sobre esse reggae foi de uma ideia respectiva a de The Police abrasileirado, das primeiras gravações deles.

2. Segue o som – E porque não dançar nos passos pequenos um conselho musicado? Ainda mais hoje em dia, que estamos cada vez mais longe da intimidade dos amigos. Acho que essa canção tem os passos gostosos e pequenos que ela sugere.

3. Não sei dizer adeus – Era uma balada e se deu melhor no arranjo de rock. É preciso força para amar ou escolher não amar em um espaço onde todos têm possibilidades de ir embora.

4. Ninguém é igual a ninguém – A decepção e a desilusão também não são (iguais) porque esperamos que a correspondência com o outro seja exatamente como nós reagiríamos no caráter.

5. Homem invisível no mundo invisível – A falta de paciência e a cegueira com os necessitados, os esportes comandados por assustadores e agressivos também fanáticos. Falo do invisível, da física quântica resumidamente nesta canção.

6. Homem preto – Cresci vendo meu avô, de cor preta, com o pé no pedal da máquina de costura ou com os dedos sujos de giz, depois de riscar no molde um traço firme.

7. Por onde ando tenho você – Percebo que a letra fala de mundo, mas ativa meu contato com o meu interior brasileiro e me lembra dos meus banhos no Rio Araguaia.

8. My grandmother told me – Singela, engraçada, poética. Como ficamos cheios e comovidos com acordes bregas quando estamos enlouquecidos em uma paixão.

9. Desejos e medos – Sempre estão juntos. E se o desejo for maior, fica pior. Os labirintos são terríveis, as fantasias, as sensações, um horror.

10. Sunshine on my shoulders – Uma canção simples, da qual me lembro tê-la ouvido em uma voz doce, sincera e que guardei em algum momento da minha infância.

11. Rebola nêga – Falo da violência que causa violência, da corrupção que retira a única oportunidade de ser maior, da educação que a vontade política não tem e nunca quis dar.

12. Se o presente não tem você – Às vezes acho que é um carimbó, outra um axé no começo dele, pelas batidas, e atualizados na tecnologia de Kassin e no baixo do Lima.

13. Um sorriso entre nós dois – Tinha acabado de chegar no estúdio e vi os dois produtores numa brincadeira que foi crescendo ao ponto que ficou irresistível. Bastou para que essa parceria aparecesse de maneira fluida.

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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