zelia_duncan_divulgacaoChegando em Fortaleza para apresentar seu show em parceria com Zeca Baleiro, a cantora e compositora Zélia Duncan respondeu algumas perguntas do DISCOGRAFIA. Confira.

DISCOGRAFIA – O que lembra do dia em que você e Zeca Baleiro se conheceram?
Zélia Duncan – Abordei o Zeca, no corredor da Globo, porque soube que ele estava fazendo um projeto com minha poeta favorita, Hilda Hilst! Deu certo, fui uma das dez cantoras de um lindo projeto dele (Ode descontínua e remota para flauta e oboé, De Ariana para Dionísio – 2005), a partir de poemas de Hilda, e começamos nossa amizade.

DISCOGRAFIA – Quando foi a primeira vez que pisaram num palco juntos?
Zélia Duncan –Se não me engano, um show em Salvador. Sempre tranquilo e divertido, desde o começo.

DISCOGRAFIA – O que você mais admira no trabalho do Zeca?
Zélia Duncan – A fluidez, a musicalidade explícita, a voz, a espontaneidade, a singularidade e a diversidade dele no mundo. Fora o humor e a gentileza.

DISCOGRAFIA – O que existe de comum e de mais diferente na personalidade de vocês?
Zélia Duncan – Acho que essa abertura pra tudo é um de nossos pontos mais fortes de contato. Diferente? Ele dorme tarde, eu durmo cedo!

DISCOGRAFIA – Qual seu disco preferido do Zeca Baleiro?
Zélia Duncan – Pet Shop Mundo Cão (2002). É abusado!

DISCOGRAFIA – Nesse show juntos, vocês apresentam algumas parcerias inéditas. Existe algum plano mais concreto de lançarem um trabalho em conjunto?
Zélia Duncan – Milhares de planos deliciosos!

DISCOGRAFIA – Sendo você uma pessoa de tantos parceiros e tão diferentes entre si, como é compor com o Zeca? O que ele tem de mais bacana como parceiro?
Zélia Duncan – Zeca tem sido, há um ano, uma revelação, um parceiro que me provoca e estimula. O parceiro que mais arranca de mim, até melodias. Ele me faz muito feliz como autora, ele me deu uma autoconfiança pra compor, como nunca antes.

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DISCOGRAFIA – Como surgiu a ideia de cantar Mulheres neste show?
Zélia Duncan – Pergunta pra ele!! rsrsr Porque ele que deu a ideia.

DISCOGRAFIA – Vocês são colegas de uma geração que apresentou artistas como Ana Carolina, Adriana Calcanhotto, Chico Science e muitos outros. O que essa turma ofereceu de mais importante para a música brasileira?
Zélia Duncan – Ana é de uma geração posterior à nossa, se não me engano tem exatamente 10 anos a menos do que eu. Acho que seguramos até hoje a barra de ter vindo depois de uma geração considerada de ouro e inigualável, que é Caetano, Gil, esses gênios maravilhosos. Acho que somos guerreiros e estamos levando adiante. Somos a geração da mistura. Temos Cássia, Chico Science, Raimundos, gente que chegou com diversas influências. Se você pensar em Lenine, Zeca, Chico, Moska, Adriana, Marisa, Pedro Luís e tantos outros, turma muito forte.

DISCOGRAFIA – Esse ano completam-se 25 anos do lançamento de Outra luz, seu disco solo de estreia que pouca gente conhece. Como você avalia esse disco hoje? Pretende comemorar essa data de alguma forma?
Zélia Duncan – Tenho feito coisas demais, o Outra Luz foi um disco difícil e importante, mas já comemorei meus 30 de carreira, tá bom demais.

DISCOGRAFIA – Esse ano está sendo lembrado pelos 70 anos do nascimento da Elis Regina, que você já me disse ser uma das suas cantoras preferidas (confirma?). Que importância a Elis tem para a música brasileira atual? Que presente você gostaria de dar para ela neste aniversário?
Zélia Duncan – Elis é gigante, sempre vai ser. O presente seria ela aqui, arrasando, botando pra quebrar. Nos 70 dela, eu prometo ouvi-la pra sempre e me emocionar, enquanto eu viver.

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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