Manassés - 2A ideia parece simples. Um livro de partituras com um CD onde se pode acompanhar notas, andamentos e melodias. As bancas de revistas estão cheias de exemplares como esse. No entanto, o livro A música universal de Manassés reúne as partituras de um dos mais respeitados instrumentistas brasileiros. Além da escrita de melodias como Passeio de ônibus, Cachoeira das moças, Revendo amigos e Meninos de rua, o lançamento da Modo Maior Projetos Culturais traz algumas histórias acumuladas desde que o músico deixou Maranguape para conquistar plateias pelo mundo.

Algumas das canções dissecadas em A música universal de Manassés serão apresentadas na turnê que Manassés apresenta, a partir de hoje, pelo Nordeste. A estreia aconteceu no Teatro São João, em Sobral, no dia 29 de abril, e, hoje, chega  Fortaleza. Depois o músico segue para Paraíba (20/5), Juazeiro do Norte (dia 21/5) e volta a Fortaleza no dia 23. Além de revisitar o repertório acumulado em mais de 50 anos de carreira, os shows apresentam o recente Mana Mano, 13º trabalho do músico cearense.

Batizado com os dois apelidos mais comuns de Manassés, Mana Mano é um trabalho 99% solo. A exceção fica para as interferências vocais de Francisco Otávio na faixa Retirantes. Nas demais, apenas um diálogo íntimo de violões, ora fazendo base, ora solando, formando uma intrincada e virtuosa rede de cordas. Neste primeiro trabalho gravado em Brasília, onde Manassés mora há quatro anos, o repertório mistura seis composições próprias com versões instrumentais para Lamento sertanejo (Dominguinhos/ Gilberto Gil) e Légua tirana (Dominguinhos/ Humberto Teixeira), esta última com um toque de Come together, dos Beatles. Para completar as dez faixas, ele incluiu Flor de algodão e O colar, parcerias com Fagner e Luciano Góis, produtor do álbum.

Virtuose descoberta com cerca de quatro anos de idade, Manassés Lourenço de Sousa descobriu seu talento para a música dedilhando o violão do irmão. Em A música universal de Manassés, ele conta que um dia o pai o levou para a Praça do Ferreira, o colocou num banco e o mandou começar a tocar. Vendo que o público parava para ouvir o garoto, o pai passou um chapéu pedindo dinheiro da plateia. Com o apurado em cerca de 40 minutos, foi a uma loja e comprou o primeiro violão do filho.

Com esse incentivo, Manassés deu por certo que a música faria parte da sua vida dali em diante. Programas de auditório, bandas de baile, turnês internacionais, três anos em Paris e muitos outros capítulos são relembrados nas linhas rápidas do livro. Nessa trajetória, também estão parcerias nacionais e internacionais e encontros como nomes como Geraldo Azevedo, Camaron de la Isla, Joan Manuel Serrat e Flora Purim.

Serviço:
Mana Mano – Show de Manassés
Quando: hoje (6), às 19h
Onde: Centro Cultural Banco do Nordeste (Rua Conde D´Eu, 560 – Centro)
Quanto: Aberto ao público

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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