1431368163-114411134“A gente fez um show em Rio Branco, no Acre, e foi lotado. Foi até um susto”. Dois anos depois de participar da segunda temporada do The Voice Brasil e ganhar repercussão nacional por conta dos tons graves da voz, Marcos Lessa ainda se surpreende com a receptividade do público. Ele não saiu vencedor do programa, mas soube capitalizar bem a exposição e conseguiu manter uma agenda recheada de shows e gravações.

Um exemplo de como a participação no páreo da Rede Globo rendeu bons frutos ao compositor e intérprete fortalezense é o disco Entre o mar o sertão, que está perto de encerrar seu ciclo. Antes de lançar um novo projeto, Marcos Lessa faz um resumo do que lhe aconteceu até aqui no pocket show que realiza esta noite no Espaço O POVO de Cultura & Arte. Acompanhado do violonista Dudu Holanda, ele lembra O morro não tem vez, samba que marcou sua passagem pelo The Voice, e apresenta inéditas. “Quero levar, além das músicas que tenho feito no show, algumas posteriores ao Entre o mar e o sertão, que deu tanto trabalho para fazer”, adianta o cantor por telefone.

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O trabalho de estreia de Lessa, lançado em 2014, contou com música inédita de Paulo César Pinheiro e Evaldo Gouveia, e apadrinhamento de Raimundo Fagner, que sugeriu e fez dueto em Contrassenso (Milton Carlos). Totalmente “made in ceará”, o disco teve ainda versões de O que eu queria (David Duarte) e O último pau-de-arara (Luiz Gonzaga). O álbum, que também trouxe composições próprias, rodou o Brasil e surpreendeu o artista nas vendas. “A gente mandava 15 para uma loja achando que ia durar dois meses, mas acabava em uma semana”, lembra o artista por telefone.

Depois de se despedir de Entre o mar e o sertão, Lessa quer entrar em estúdio para atender um convite especial. De viagem marcada para o início do próximo mês, ele vai registrar um tributo de voz e violão aos 70 de Gonzaguinha. “Ainda vou selecionar repertório. Escolher 14 músicas dele não é fácil, mas estamos tentando equilibrar as mais famosas com os lados B”, adianta o cantor, que também ainda não decidiu quem vai lhe acompanhar no projeto. Batizado previamente de Estradas, o disco foi inspirado em À flor da pele, parceria de Ney Matogrosso com Raphael Rabello que rendeu um trabalho antológico lançado em 1991.

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E os planos não se encerram para Marcos Lessa. Ainda em agosto, ele quer colocar seu disco de estreia no I tunes, algo que foi atrasado por conta da liberação de direitos autorais. Em seguida, ele pretende cuidar de um tributo a Frank Sinatra que ele pretende apresentar no ano que vem. Em seguida, já em janeiro, ele quer reunir a banda para pensar em um novo disco. “Desse vez, com mais da metade de músicas minhas. Nesse primeiro, eu quis colocar algumas canções conhecidas para ter uma isca. Agora, o lado compositor está pedindo espaço. Antes de cantar, eu fui compositor”.

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O passo seguinte é conquistar o Sudeste. Com público cativo em Fortaleza e sendo bem recebido em muitas capitais, Lessa ainda sente falta de mais reconhecimento nos grandes centros culturais do Brasil. O disco em homenagem a Gonzaguinha, que será gravado na capital carioca, é uma forma de se aproximar da região que concentra boa parte da produção artística nacional. “Vou passar 20 dias no Rio. Assinei com uma editora de lá e acredito que o segundo semestre vai ser decisivo”, aspira.

Serviço
Corda & Voz com Marcos Lessa
Quando: hoje, 30, às 19h
Onde: Espaço O POVO de Cultura & Arte (Av. Aguanambi, 282 – Joaquim Távora)
Quanto: aberto ao púbico com estacionamento grátis ao lado da sede do O POVO
Outras informações: 3255.6037 e 3255.6226

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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