Foto: Murillo Meirelles

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No próximo dia 21, Djavan apresenta seu show Vidas Pra Contar no Centro de Eventos do Ceará. A apresentação marca os 40 anos de A Voz, O Violão, a Música de Djavan, álbum que inaugura a carreira desse alagoano de 67 anos. Como uma forma de comemorar essas quatro décadas, o músico abriu seu baú de memórias no disco que leva o mesmo nome da turnê. Lançado em 2015, Vidas Pra Contar traz histórias das Alagoas, do sertão e da mãe do garoto que sonhava ser cantor na Cidade Maravilhosa.

Para antecipar essa apresentação e comemorar esses 40 anos de carreira de Djavan, o Vida & Arte inicia uma série que sobre a música sofisticada de popular do autor de Flor de Lis. As parcerias construídas; a formação de uma identidade musical; as raridades que ficaram perdidas ao longo da carreira; e o novo momento que abre com Vidas pra Contar são temas que serão abordados em três matérias publicadas nos sábados que antecipam o show. Para iniciar, vamos mergulhar na discografia celebrada no Brasil e no exterior de Djavan, destacando alguns álbuns que fizeram história nesses 40 anos. Acompanhe.

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A voz, o violão e a música de Djavan – no primeiro disco, Djavan emplaca Flor de Lis, conta da aventura de sair do Nordeste pra ser cantor (E que deus ajude), agradece a quem lhe deu a mão naqueles primeiros momentos (Muito Obrigado) e mostra seu encantamento com a cidade grande (Maria das Mercedes). O violão ágil e a voz aguda renderam comparações com Gilberto Gil, que foram esquecidas com o tempo.

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Luz – Depois de quatro discos de sucesso, Luz chegou com o convite da gravadora para que Djavan fizesse o álbum nos Estados Unidos. Produzido por uma referencia na soul music, Ronnie Foster, Luz contava com instrumentistas do cacife de Moacir Santos, Hubert Laws, Oscar Castro Neves e Stevie Wonder, responsável pelo assobiável solo de gaita de Samurai. Um passo seguro rumo à carreira internacional.

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Oceano – Depois de uma fase eletrônica, que se aproximava da linguagem radiofônica da época, Djavan lança disco onde abusa de sons elegantes como o nu jazz. Originalmente batizado com o nome do artista, o disco ficou conhecido como “Oceano”, nome da balada que virou febre no País. Com inesquecível solo de violão flamenco de Paco de Lucia, a canção vendeu horrores, foi trilha da novela Top Model e ainda hoje é obrigatória nos shows e barzinhos de voz e violão.

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Novena – Depois de Coisa de Acender, álbum que inaugura diversas parcerias, Novena vai no caminho oposto. Este 11º álbum é todo arranjado, produzido e composto por Djavan. A única exceção é Avô, feita em parceria com a filha Flávia Virgínia. Apostando numa mistura rítmica que tinha baião, samba, blues e outras levadas, o disco não rendeu tantos hits à carreira do alagoano. Ainda assim, Aliás teve alguma repercussão.

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Malásia – Depois de um trabalho voltado para o próprio universo sonoro, Malásia surpreende com um clima mais expansivo e solar. No repertório, pela primeira vez, três músicas de outros compositores: Coração Leviano (Paulinho da Viola), Smile (Chapli/ Braguinha) e Correnteza (Tom Jobim/ Luiz Bonfá). Ainda nos repertório, Djavan dá sua interpretação para Tenha Calma, lançada por Maria Bethânia em 1989.

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Ao vivo – Compositor prolífico, Djavan resistiu por mais de 20 anos a lançar um trabalho ao vivo. No entanto, 1999 ele presenteou os fãs com o registro do show realizado no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. No disco duplo, 20 canções que marcaram sua história em versões quentes e joviais – incluindo Azul, lançada por Gal Costa, mas inédita na voz do autor. Pra completar o repertório, as inéditas Acelerou e Amor Puro.

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Milagreiro – Depois de gravações no sudeste e no exterior, o 15º álbum de Djavan marca um retorno ao ambiente familiar. Gravado no estúdio montado em casa, nas Alagoas, o disco conta com os filhos Max Viana, João Viana e Flávia Virgínia atuando como músicos ou compositores. Brilho da Noite, Lugar Comum e Cair em Si são destaques num disco que traz Cássia Eller nos vocais da faixa título.

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Ária – Em 34 anos de carreira, Djavan teve um time seleto de parceiros e raramente gravou outros compositores em seus discos – apesar de ser campeão em participações especiais em discos de amigos. Por isso foi surpreendente um disco todo de intérprete. Para Djavan, esse foi o trabalho que mais lhe exigiu esforço, uma vez que a seleção de repertório exigiu horas de audição.

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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