Foto: Fabiano Rodrigues

Foto: Fabiano Rodrigues

Por: Camila Holanda (camilaholanda@opovo.com.br)

Diferente dos primeiros discos, Saulo Duarte e a Unidade lançam trabalho com recortes mais urbanos. O terceiro álbum da banda paraense, intitulado Cine Ruptura, foi lançado na última semana

Quase dois anos se passaram desde que Saulo Duarte e a Unidade lançaram o disco Quente (2014). Ensolarado, assim como o primeiro CD da banda (de 2012), o trabalho é carregado nas guitarradas e nos arranjos que imediatamente remetem o ouvinte aos diversos ritmos paraenses. Este compasso é quebrado no terceiro disco do grupo, Cine Ruptura. Lançado ontem nas lojas, o novo trabalho de Saulo Duarte e sua Unidade foi disponibilizado em streaming no meio de junho, com o aperitivo Na terra Vermelha, primeiro single do álbum, assinado por Saulo Duarte, Curumin e Russo Passapusso.

[youtube]https://youtu.be/VUcpK41nqRY[/youtube]

Ao ouvir o conjunto da terceira obra, fica a certeza de que Saulo Duarte carrega muitos Parás em si. E apresenta esse estado amazônico para além de sua localização no mundo e de suas peculiaridades que atraem turistas de todo canto. É um disco mais urbano, mais universal, sem esquecer as tradições. “A ideia era fazer um disco diferente do Quente, que é muito solar e muito Amazonas” explica Saulo Duarte ao DISCOGRAFIA. “O Cine Ruptura é um pouco menos paraense e muito mais urbano”, emenda. O intuito é ir além dos ritmos mais conhecidos do Pará, como o carimbó, que, alinhado às guitarradas, foi bem explorado nos dois primeiros CDs do grupo.

[youtube]https://youtu.be/W-rG3XhVa3A[/youtube] Os ritmos tradicionais, contudo, não são negados em Cine Ruptura. Mandarins (Pavulagem), de Junior Soares e Ronaldo Silva, e Arraial, de Rafael Barros e Franklin Santos, trazem ritmos nortistas “esquecidos pela mídia”, como define Saulo. Muito além das tradições do norte, a banda percorre urbanidades e universalidades. A primeira faixa do disco apresenta a proposta. Chamada Quem quer que seja, a composição é assinada pelos cearenses Daniel Medina e Igor Caracas e fala sobre liberdade. “Você tem todo direito/de vagar pelas galeras/e colher suas belezas/sem notar a cara alheia”, canta. “Essa música é muito emblemática sobre o conceito do disco. Você tem todo o um hino de liberdade”, resume Saulo. Um pouco mais à frente, o ouvinte encontra uma bela surpresa. É a música Arrebol, um achado, fruto da rica parceria de Dominguinhos e Anastácia.

[youtube]https://youtu.be/yWdteVJGA-w[/youtube] País em transformação

Em tempos de efervescência nas modificações sociais, urbanas, políticas e econômicas no Brasil, Saulo não se furtou de contextualizar seu novo disco neste 2016. “Não deu para fazer um disco de amenidades.” Para isto e muitos outros istos do disco, o grupo teve o auxílio luxuoso do amigo paulista Curumin, encarregado de fazer a produção do novo trabalho, em que também assina algumas composições.
SERVIÇO
Cine Ruptura – Saulo Duarte e a Unidade
Lançamento: YB Editora/Natura Musical
Preço médio: R$ 25
Mais informações: http://www.sauloduarte.com.br

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Mariana Amorim

Jornalista, apaixonada por comunicação e envolvida com música! Acha que uma bela canção pode mudar o mundo. Coleciona livros, discos de vinil, imãs de geladeira e blocos de anotação. Apaixonada pelos garotos de Liverpool e pelo rapaz latino-americano.

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