Onipresente em rodas de seresta e rádios populares de todo o Brasil, Núbia Lafayette chegou atrasada com sua música. Influenciada pelas grandes vozes do rádio, com destaque para Dalva de Oliveira, a cantora nascida em 1937 na cidade potiguar de Assu iniciou a carreira no fim da década de 1950, poucos anos antes iê iê iê ganhar repercussão nacional. Adepta das canções de amor avassalador, ela logo viu seu estilo envelhecer e ficou em dúvida sobre o que deveria cantar dali em diante.

Por outro lado, o tempo foi generoso com a artista nascida como Idenilde de Araújo Alves da Costa, cujos sucessos de dor de cotovelo nunca foram esquecidos. E são esses sucessos que a cantora Cristina Amaral lembra esta noite no Cineteatro São Luiz. Pernambucana com uma longa estrada no forró, a intérprete entrou no projeto a convite de Cleodon Coelho, que assina a direção geral e roteiro do espetáculo Para Núbia, com amor, Cristina.

O roteiro do show alinha 17 músicas que mostram por onde se espalhava a obra de Núbia Lafayette, artista que viveu uma troca frutífera com Adelino Moreira. Se foi o compositor que revelou a vendedora das Lojas Pernambucanas que frequentava programas de calouros, ela também foi responsável por tornar sucesso muitas de canções de Adelino. Dele, Cristina apresenta Devolvi, Solidão e Seria Tão Diferente. Mas há espaço para um Raul Seixas, autor da desconhecida Jamais Estive Tão Segura de Mim Mesma, que conta com a participação de Nayra Costa. Além dela, o show de Fortaleza também recebe Rodger Rogério, Nonato Luiz e Bete Nascimento. A banda que acompanha o show é formada por Edson Távora (teclados), Stenio Gonçalves (guitarra), Luciano Franco (contrabaixo) e Paulinho Santos (bateria).

 

O projeto Para Núbia, com amor, Cristina teve início em janeiro deste ano e a recepção foi melhor que o esperado. “Era uma multidão cantando Núbia Lafayette. Foi uma emoção muito grande, por que cantar esse repertório é um desafio”, lembra Cristina, que já homenageou Ângela Maria em outro show. Com uma história que tem início em corais de igreja, festivais e bandas de baile, Cristina Amaral foi premiada como a melhor intérprete do festival Canta Nordeste da TV Globo. Ela já gravou mais de 10 discos, participou de projetos especiais ao lado de nomes como Chico Buarque e Alceu Valença (a quem já dedicou um álbum) e se apresentou no mítico Festival de Montreux. “Apesar de ser uma cantora de forró, sou uma cantora romântica. A Núbia dizia ‘sou romântica, mas não sofrida’. Acho que sou do mesmo jeito”, avalia.

Serviço:
Para Núbia, com Amor, Cristina
Quando: hoje, 19, às 19 horas
Onde: Cineteatro São Luiz (Rua Major Facundo, 500 – Centro)
Quanto: R$ 40 (inteira). À venda no local e pelo site. Assinantes do O POVO tem 50% de desconto no valor da inteira. Promoção válida para os 100 primeiros assinantes
Telefone: 3231 9461

About the Author

Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

View All Articles