Em 2018, celebra-se os 100 anos de nascimento de Jacob do Bandolim, talvez o maior gênio da história do chorinho. Fã incondicional do músico carioca, Hamilton de Holanda vem preparando uma homenagem à altura do homenageado. São seis discos, embalados numa caixa, regravando parte substancial da obra do compositor de Noites Cariocas, Assanhado e Doce de Coco.

“O Jacob é o nosso obelisco, uma pessoa muito importante na música em geral, não só no choro. Ele inventou um jeito de tocar que é o jeito brasileiro”, resume Hamilton que pretende reunir nesse box as músicas do compositor que ele já vem tocando, cerca de 50. Um desses discos já está gravado e se chama Jacob Baby. “É para criança, pra neném mesmo. São melodias bem lentinhas, bem macio. Até fiz uma segunda voz com o cavaquinho e ficou parecendo uma caixinha de música”, explica o bandolinista que planeja um outro em formato de trio e um terceiro usando cordas.

Maior referência da atualidade quando o assunto é bandolim, Hamilton de Holanda até recebeu um presente que credencia sua trajetória no instrumento. Ele recebeu da família um bandolim que pertenceu ao Jacob. “Foi um presente, você imagina como eu fiquei feliz. Ele não é muito fácil, o corpo é grande. O bandolim termina na 12ª casa, o dele é na 9ª. Por isso é mais difícil de tocar. Mas é um instrumento que ficou na casa da filha dele, parado no tempo”, comenta o músico que ficou sabendo que Jacob também já pensava em um instrumento com mais cordas. Muitos anos depois, Hamilton conseguiu criar um de 10 cordas, que lhe permite tocar melodia, harmonia e ritmo ao mesmo tempo. “Descobrir que o Jacob já tinha tentado a ideia de bandolim com mais cordas me deu a que a certeza de que o que eu queria estava certo”.

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Marcos Sampaio

Jornalista formado pela Universidade de Fortaleza e observador curioso da produção musical brasileira. Colecionador de discos e biografias. Admirador das grandes vozes brasileiras.

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