Pesquisa divulgada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e financiada pelo Ministério da Educação (MEC), mostra que alunos de escolas públicas, em todo o País, têm preconceito contra negros, portadores de necessidades especiais e homossexuais.

Dos 18.600 ouvidos, 96,5% admitiram ter preconceito contra pessoas com deficiência; 94,2%assumiram discriminação contra etnias e raças; e 87,3% recriminam pessoas devido à sua orientação sexual.

O estudo indica que, por meio das crenças, valores e atitudes, todos os públicos entrevistados mostram que o preconceito é uma constante nas salas de aula, resultando, muitas vezes, em agressões físicas e verbais.

racismoAlém de 15mil alunos com idades a partir de 14 anos, foi entrevistada uma parcela dos pais desses estudantes, diretores das escolas, professores e funcionários das instituições de ensino.

Os resultados indicam que, além de nutrir o preconceito, os entrevistados evitam o contato com as vítimas. Isso significa que meninos e meninas com algum tipo de deficiência, de raças discriminadas, pobres ou homossexuais são excluídos em brincadeiras, no recreio ou até em trabalho na sala de aula, o que dificulta a socialização, podendo acarretar sérias consequências, como baixa autoestima, problemas na aprendizagem e, até mesmo, o abandono dos estudos. 

Fonte: Estado de Minas (MG) – 18/06/2009

Que absurdo! Mais uma vez visualizamos com a família e a escola não estão preparadas para trabalhar com assuntos do cotidiano. O fato de admitirem o preconceito pode ser um ponto a favor, já que so0fremos, durante cinco séculos, com o preconceito velado da sociedade que se construiu em terras brasileiras.

Precisamos debater o assunto, questionar, trabalhar a discriminação e seus males dentro da família, na escola e na mídia. Outro dia estava conversando com Regina Ribeiro, jornalista, e ela relatava como uma criança negra estava retratada no muro de uma escola: “(…) o desenho da criança mais parecia com um macaco”. Quer dizer, estereótipos assim são aceitos com naturalidade, em pleno muro de uma instituição que deveria combater, informar e refletir sobre tais temas e promover ações para a cidadania. Sabe o que me deixou mais triste nesse dado? Foi saber que isso parte de outra instituição que deveria absorver e repassar os valores mais sagrados, como o amor e respeito ao próximo, a tolerância e a humildade.

About the Author

Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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