Estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicado, recentemente, em Genebra, na Suíça, alerta para o número de adolescentes que já são mães.

Na América Latina, 25% delas já engravidaram pelo menos uma vez. Isso mostra que, enquanto em outros países existe uma queda acentuada do índice de maternidade na faixa etária até os 20 anos, na América Central e na América do Sul, os índices evoluem ao contrário, ficando atrás somente dos países africanos.

A pesquisa da ONU chama a atenção para a significativa relação entre gestações prematuras e pobreza dos parceiros envolvidos, que inclui, ainda, graves problemas de saúde. Além disso, o levantamento comprova que as jovens mães são obrigadas a deixar a escola e permanecem afastadas do mercado de trabalho por anos, cuidando dos filhos.

No Brasil, de acordo com as informações disponíveis, somente entre 2001 e 2003, nasceram cerca de 85 mil bebês de mães com idade entre dez e 14 anos. Outros dois milhões foram gerados por garotas entre 15 e 19 anos.

adolescentesA incidência de gravidez na adolescência é nove vezes maior entre meninas de baixa renda e pouca escolaridade do que entre as mais instruídas e com melhor renda.

Pesquisas comprovam que na cidade do Rio de Janeiro, a taxa de fecundidade das mulheres nas favelas, por causa da gravidez precoce, é cinco vezes maior do que em outras localidades.

O percentual é de 26 filhos para cada 100 jovens entre 15 e 19 anos. Nas áreas com maior poder aquisitivo, a mesma relação é de cinco filhos.

Nas regiões Norte e no Nordeste, o número de mães com idades entre dez e 14 anos é recorde: mais de 10.200. Este número duplicou em uma década. Em Alagoas, no ano de 2000, mais de 20% das mães com menos de 15 anos tinham, no mínimo, dois filhos nascidos vivos.

A maternidade não planejada na adolescência se repete em grande progressão na região. Em Pernambuco, segundo o Ministério da Saúde, em 2003 e 2004 nasceram mais de 1.500 bebês, filhos de meninas com idade entre nove e 15 anos.

O contingente de mães solteiras e de mães adolescentes, no recenseamento de 2000, aumentou de 2.73% para 16.37%.

Dados recentes do Ministério da Saúde indicam que 35,4% dos meninos e meninas brasileiros tiveram relações sexuais antes dos 15 anos. São também significativos os números que indicam a iniciação sexual aos nove anos de idade.

Além de ser o principal motivo da evasão escolar das meninas, a gravidez na adolescência já representa a terceira causa de morte entre jovens, perdendo apenas para homicídios e acidentes de trânsito.

Fonte: Jornal do Brasil (RJ), Marcelo Medeiros

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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